sábado, 30 de dezembro de 2006

Balanços & Desejos


10...9...8...7...6...5...4...3...2...1...0... Feliz Ano Novo!!

A poucas horas da contagem decrescente, da abertura do espumante e da ingestão das 12 passas como manda a tradição e a superstição, é tempo de balanço pessoal.

O ano que termina foi um ano de transição pessoal e profissional e promete não ficar por aqui, anunciando-me que a transição ainda só está no seu início.

Começando pela saúde, uma das bases da felicidade, este ano foi uma repetição feliz do ano anterior, apresentando apenas uma ou duas constipações passageiras, sem grandes alterações significativas de saúde. De facto, esta situação comprova a tese de que os estágios de enfermagem criam-me anticorpos protectores das gripes anuais que me afligiam anteriormente, querendo acreditar que existiu uma época pré-estágio (Era Florzinha de Estufa) e uma época pós-estágio (Era Bifidus Activo).

Por falar em estágios, este foi o ano da transição profissional, deixando de ser estudante e envergando o título de Enfermeiro, a partir do memorável dia 26 de Julho de 2006. A pretendida transição plena de significado ficou adiada até data indeterminada, ostentando um título do qual não usufruo da forma desejada, aguardando que a máxima “Ano Novo, Vida Nova” seja uma realidade para os “potenciais” enfermeiros ainda no desemprego. Se 2006 foi marcado pelo fim de uma etapa, 2007 terá forçosamente de ser recordado pelo princípio de uma nova fase na minha vida profissional, dando os primeiros passos numa carreira em que a ambição, a evolução e o sucesso serão princípios subjacentes e desejados.

No plano afectivo, este ano marca a proximidade ao desejado amor que vinha escasseando em anos anteriores, voltando a acreditar na pureza de sentimentos humanos, e identificando-a nas pessoas especiais que tive o prazer de conhecer e criar laços de amizade, durante este ano. Ainda sem o verdadeiro amor, mas com o amor dos amigos, sinto que este é o caminho para uma das dádivas da felicidade que desejo...Ainda neste plano, destaco o fortalecimento das relações familiares associada a uma necessidade prazerosa de alimentação do amor extra-familiar a partir do amor familiar, sentindo, natural e progressivamente, que a minha família faz-me bem...

Em suma, um ano de crescimento pessoal e profissional, repleto de acontecimentos significativos e inseridos numa fase de transição com repercussões actuais e nos prósperos anos vindouros, como assim os espero.

Assim, os meus desejos anuais, apesar de repetitivos, são sempre actuais, aguardando por uma evolução para um mundo mais pacifista e coberto de amor, apoiado por uma melhoria do nível de saúde individual, para que o amor e os sucessos sejam desfrutados com maior prazer e qualidade.

Ano Novo, Felicidade Nova...Sejam Felizes:)


P.S.: BLOGosticamente falando, espero que o novo ano seja a continuidade e evolução deste blog, como sinal do meu desenvolvimento e crescente prazer pela escrita descoberto este ano.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Globos de Ouro (versão mais séria)


CATEGORIA DE MÚSICA

Música do ano: First Day of My Life, de Melanie C
Intérprete do ano: André Sardet (finalmente o reconhecimento)
Grupo do ano: Coldplay (talvez não tenha sido o ano deles, mas são intemporais, num ano sem grandes destaques para grupos musicais)

CATEGORIA DE DESPORTO

Revelação do ano: Vanessa Fernandes
Atleta do ano: Cristiano Ronaldo
Equipa do ano: Barcelona
Treinador do ano: Paulo Bento

CATEGORIA DE CINEMA

Filme do ano: V de Vingança

CATEGORIA DE TELEVISÃO

Programa de ficção do ano: Tempo de Viver
Programa de entretenimento do ano: Todos do Gato Fedorento
Programa de informação do ano: Jornal das 22 (SicNotícias)
Actriz do ano: Alexandra Lencastre
Actor do ano: Marco Delgado
Apresentadora de entretenimento do ano: Catarina Furtado
Apresentador de informação do ano: Carlos Daniel

FIGURA DO ANO

José Sócrates (independentemente da cor partidária e das reformas implementadas este ano, José Sócrates revelou-se um lider coerente com a sua política governamental, alimentando a esperança e a popularidade junto dos portugueses)

PRÉMIO CARREIRA

Lance Armstrong (ultrapassou os desafios da doença e das etapas velocipédicas, sendo recordado para sempre como um grande atleta e ser humano)


E para vocês? Quais as distinções do ano?

Globos de Ouro (versão menos séria)


Abertura do ano: Casa da Música no Porto (quem espera sempre alcança...)

Livro do ano: Eu, Carolina (por Carolina Salgado, a maior ameaça a Margarida Rebelo Pinto)

Acontecimento do ano: leitura do livro “Eu, Carolina” pelo Ministério Público ( e pela demora, uma leitura reflexiva sobre o seu conteúdo)

Regresso do ano: Professor Cavaco Silva (sem comentários)

Revelação do ano: Mickael Carreira (Filho de peixe sabe nadar, ou talvez não...)

Confirmação do ano: Justiça Portuguesa (não há dúvidas, é mesmo lenta)

Penteado do ano: Paulo Bento (um prémio ganho com muita dranguilidade)

Cabeçada do ano: Zinedine Zidane (também considerada a despedida do ano)

Programa do ano: Clube Morangos (a prova de que há tachos para todos)

Figura do ano: Floribella (ficção mais ficção não há)

Grupo musical do ano: 4Taste (os pais do novo rock português, uma ideia TVI)

Música do ano: Relativamente Feia (o Hino ao Flirt mais bem conseguido de todos os tempos)

Stand-up Comedian do ano: António Fiúza (e os seus sketches sobre o Caso Mateus)

Piada do Ano: (talvez não seja a melhor mas é a mais recente) Empregada de Pronto-a-Vestir vira-se para mim e pergunta: Para si é o tamanho S? LOL

Desilusão do ano: fim do namoro de Merche e Ronaldo (taditas das revistas cor-de-nada)

Ilusão do ano: o aumento do emprego - nas palavras do mágico José Sócrates...



...Em aberto para mais atribuições ou reformulações dos prémios oferecidos...Sejam criativos:)

sábado, 23 de dezembro de 2006

Natal: época de referência...




Amar Como Jesus Amou

Um dia uma criança me parou
Olhou-me nos meus olhos a sorrir
Caneta e papel na sua mão
Tarefa escolar para cumprir
E perguntou no meio de um sorriso
O que é preciso para ser feliz?

Amar como Jesus amou
Sonhar como Jesus sonhou
Pensar como Jesus pensou
Viver como Jesus viveu
Sentir o que Jesus sentia
Sorrir como Jesus sorria
E ao chegar ao fim do dia
Eu sei que dormiria muito mais feliz

Ouvindo o que eu falei ela me olhou
E disse que era lindo o que eu falei
Pediu que eu repetisse, por favor
Mas não dissesse tudo de uma vez
E perguntou de novo num sorriso
O que é preciso para ser feliz?

Depois que eu terminei de repetir
Seus olhos não saíram do papel
Toquei no seu rostinho e a sorrir
Pedi que ao transmitir fosse fiel
E ela deu-me um beijo demorado
E ao meu lado foi dizendo assim

Amar como Jesus amou...


Os anos passam, os Natais sucedem-se e quanto mais o tempo passa mais significado atribuo à época de Natal. Deixei de ser exigente para os outros para ser mais exigente comigo mesmo nestes momentos, deixei de pedir as prendas mais vendidas no mercado para pedir um espírito natalício de união e afectos, e esta evolução permitiu-me sentir a importância do plano afectivo em detrimento do plano material.

O Pai Natal este ano não obteve nenhum pedido material da minha parte, o meu único pedido é mais significativo do que qualquer azáfama de última hora num Centro Comercial e não será menos importante do que o grito da moda no mercado de Natal. Este Natal pedi apenas mais paz e amor no mundo, porque acredito que os meus desejos pessoais e profissionais serão mais facilmente concretizáveis com este pedido.

A paz trará mais concórdia e equilíbrio entre os diferentes povos, os tiros serão menos vezes ouvidos, a fome diminuirá e os próximos Natais serão passados com mais esperança, calor humano e uma ceia condizente com o momento.

O amor como sinónimo de compreensão e veracidade de sentimentos e acções permitirá a proximidade sincera entre as pessoas, a solidariedade em momentos difíceis, e a partilha de momentos de alegria, alimentando o espírito de Natal nos restantes dias do ano.

Se cada um de nós sentir a verdadeira mensagem de Natal, interiorizá-la e prolongá-la durante o ano, acredito que estará mais perto de responder à pergunta da criança referida na música anterior “O que é preciso para ser feliz?”. A resposta passa pela paz e amor que Jesus mostrou durante a sua passagem terrena, procurando amar como Jesus amou, sonhar como Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia e sorrir como Jesus sorria, para chegarmos ao final do dia muito mais felizes connosco e com o próximo.

Ainda antes de terminar gostaria de relembrar os meus falecidos parentes que serão sempre a minha estrela de Natal e que, mesmo ausentes fisicamente, estarão bem presentes no meu coração, procurando alimentar a união e o amor que eles tanto desejariam...

Um Feliz Natal para todos e para os seus, desejando que a alegria desta época do ano, para mim, seja vivida por todos de forma verdadeira e simples. Encontrem o vosso caminho e sejam felizes:)

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Qual o Blog do Ano 2006?


O ano aproxima-se do fim e é época de balanços. Esta é a primeira iniciativa que pretendo implementar numa perspectiva de balanço deste ano que termina, por isso gostaria que respondessem à pergunta que vos foi colocada em cima. Bem sei que não conhecem a maioria da blogosfera lusitana, nem perto disso, mas colocarão o nome do vosso blog favorito, à excepção do vosso próprio claro, e em breve saberão os resultados.
Não custa nada, basta pensar um pouco e escrever um nome...Sejam conscientes;)

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Swing: Prova de Amor ou Infidelidade?


“O swing ou troca de casais é uma troca de parceiros sexuais entre dois casais estáveis que praticam sexo grupal. Existem correntes que consideram o swing quando um casal adiciona um ou mais elementos numa relação sexual.”
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Swing é uma prática comum em países como o Brasil, onde a expansão de clubes tem aumentado, e ao qual Portugal começa a aderir através da opinião pública, fóruns, livros, novelas, entre outros meios de comunicação.

A questão que aqui coloco é esclarecida, à partida, pela definição que encontrei, uma vez que refere a existência desta prática “entre dois casais estáveis”, o que sendo assim seria uma prova de amor. A perspectiva do swinger entronca na poligamia do ser humano e na necessidade de alimentar a vida do casal através da separação entre sexo e amor. Assim, o facto de partilhar desejos sexuais com outro casal, iria colmatar a lacuna sexual que cada elemento do casal sente quando há atracção física diversa pelo sexo oposto (ou não, caso haja uma relação homosexual), vivendo numa sociedade monogâmica.

Desta forma, iria passar-se de uma infidelidade oculta para uma prova de amor, compreensão e partilha, em que o sexo e as fantasias associadas seriam permitidas ao parceiro numa aceitação mútua, satisfazendo a criatividade e a vontade sexual ao mesmo tempo que se alimentaria o amor do casal. Seria uma prova de amor no sentido em que o sacrifício seria feito em prol da felicidade do companheiro, e da estabilidade e abertura da relação amorosa.

Mas será que quando alguém ama consegue partilhar o que ama, dissociando o amor do sexo?

Sem entrar no argumento religioso que defende a monogamia, mas que não será um argumento válido para a maioria, acredito que o ser humano é um ser instintivamente sexual, sendo natural o desejo sexual estimulado por uma palavra ou imagem, mesmo que o amor seja sentido por outra pessoa. No entanto, além do ser humano ser instintivo, é um ser que rege-se (ou deveria reger-se) de princípios, e o princípio da fidelidade terá ser mais forte que os impulsos, porque o amor a si e ao próximo implica cuidar de si e do próximo, acima de qualquer libertação hormonal.

E porque quem ama tem desejo sexual, não compreendo a separação entre sexo e amor realizado pelos swingers, nem numa perspectiva religiosa, nem numa perspectiva pessoal.

Contudo, sendo uma pessoa aberta, respeitadora e compreensiva do próximo, desde já peço desculpa por alguma perspectiva mais ofensiva que tenha transmitido, e aguardo pela diversidade de opiniões para melhor compreender esta nova perspectiva relacional.

E vocês, seriam capazes de aderir ao Swing?

domingo, 17 de dezembro de 2006

Quando o “Feitiço” se vira contra o feitiçeiro...


... corro o risco de assistir a um espectáculo com um opositor à minha altura e à minha frente... Foi o que sucedeu hoje no mini-concerto de André Sardet, em Coimbra, passo a explicar...

Estava eu já com o pescoço esticado para poder observar o pequeno grande cantor, que já não bastava ser pequeno ainda se senta em palco, quando de repente chega um homem para lá de alto e coloca-se à minha frente com muita tranquilidade, começa a falar com o grupo que o acompanhava e ainda por cima vira as costas para o palco, talvez imaginando que me tinha deslocado para o concerto para o ver a ele... Ainda por cima porque em vez de ficar à minha frente mas quieto, ainda gesticulava para os amigos, virava-se para um lado, virava-se para o outro, e se acreditava que lhe ia atribuir uma boa classificação a esta dança ridícula, estava muito enganado...Enquanto isso, fui obrigado a dançar com o pescoço de um lado para o outro de forma a garantir o melhor plano possível do cantor do momento.

Bem, há dias assim, ou melhor há espectáculos assim, principalmente para quem fica atrás de mim...

P.S.: para quê elogiar mais André Sardet se já foi tudo dito num texto recente? Basta ser de Coimbra, está tudo dito...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

A Frieza do Abandono


A noite fria acabou de me arrefecer os pés, o álbum dos Humanos deixou de tocar há alguns minutos, a falta de presença física ou espiritual humana invadiu-me o corpo e a alma e deixou-me só...A noite arrefece cada vez mais e torna ainda mais doloroso o meu abandono num quarto desarrumado e frio como o meu coração se sente...

Recordo a ilusão de uma criança que aguardava ao frio pelos seus amigos, sorria ingenuamente quando a porta de um automóvel conhecido se abria e apresentava o primeiro amigo do dia, brincava alegremente no pátio de um Colégio, sentia-se feliz dando pontapés numa bola de papel, e sonhava um dia ser Engenheiro Civil.

Hoje, a noite continua fria mas o sorriso não aparece...Os amigos do mundo da ilusão seguiram rumos diferentes desinteressando-se por outros caminhos, os amigos do mundo real alternam períodos de presença intensa com períodos de ausência dolorosa, e o sonho infantil da Engenharia desvaneceu-se pelo sonho maduro da Enfermagem, deixando-me a teclar diante de um monitor à procura de soluções...

Os “amigos” não quiseram e os amigos não podem, tornando-me uma pessoa mais fria para os “amigos” e mais tolerante para os amigos, distinguindo a diferença entre o querer e o poder.

O sonho da Enfermagem não se concretiza naturalmente, deixando-me desiludido pelo país onde vivo, resignado pelos resultados dos concursos, e levando-me a reflectir sobre o sonho com saldo negativo...O sonho onde o suor é pago com o amor à profissão, os usos e abusos da solidariedade podem ser pagos com lágrimas, e a meta pode ser atingida com um passo atrás e dois à frente...Até já voluntariado...

Agora que os meus pés estão gelados pelo frio do abandono, deixo o silêncio da noite, envolvo-me nos cobertores quentes e aconchegantes e sonho...Sonho que amanhã será um dia melhor...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Dizem que é uma espécie de música...




Já há algum tempo que procurava destacar a música “Carta” dos Toranja como uma das mais significativas da minha vida, só não encontrei a oportunidade certa...Encontrei-a numa das belas noites de Domingo, por sinal a última, em que, entre uma lareira acesa e um ecrã de televisão, vi uma espécie de música que me fez recordar a “Carta” original...

O vídeo tem 5 minutos e 42 segundos mas vale a pena assistir do princípio ao fim porque, mesmo não sendo por amor é de um interesse muito grande, fazendo-nos reflectir sobre a vida sexual dos Zés Diogos Quintelas do campeonato sexual português...És só relativamente o Hino ao Flirt mais bem conseguido de todos os tempos, conseguindo ser melhor que o “Pimba” do Emanuel, de facto não há palavras para descrever esta obra de arte, por isso só me apetece dizer...lalalalalalala...

Talvez não fosse este o melhor destaque que poderia fazer à música original, mas este foi talvez o melhor destaque que os tarecos mal cheirosos poderiam ter feito a esta música...Por isso, do que estão à espera para clicar no play?

P.S.: Brevemente, o meu destaque a esta música, num monitor perto de si...

sábado, 25 de novembro de 2006

André Sardet espalha romantismo em Coimbra


Coimbra é conhecida como a cidade do conhecimento como o André Sardet destacou esta noite pelo facto de todos se conhecerem...Além da aldeia em ponto grande que constitui esta cidade repleta de mística académica, destaco-a como a “Cidade do Romantismo”...De facto, quem duvidava disto esclareceu hoje todas as dúvidas, num espectáculo mágico, proporcionado por um dos génios da música nacional que já aguardava pelo reconhecimento merecido há imenso tempo...

Sejam benvindos à magia...

Assim podia ter começado o concerto desta noite, o que não sucedeu, começando pela interpretação de uma das muitas músicas envolventes e apaixonantes que Sardet tão bem sabe interpretar, com a sua voz doce e encantadora...

A noite pedia para ficar e mesmo sem Mafalda Veiga, o tema “Hoje vou ficar” não foi esquecido, sendo interpretado num dueto romântico entre Sardet e uma das cantoras da sua banda que, por sinal, mostrou uma voz à sua imagem, poderosa e sensual...

A noite fria e chuvosa lá fora contrastava com o calor e conforto proporcionado pelo “Feitiço” de uma noite de ilusão, elevada ao máximo pelas vozes em uníssono de um público deliciado pelo encanto e inocência do momento...

Após ficarmos a saber que o grande amigo de Sardet, Luís Represas, apagou hoje 50 velas, impossibilitando-o de estar presente esta noite interpretando “Se eu disser”, mais uma surpresa abrilhantou a noite...Nada mais, nada menos que...Viviane, a vocalista dos Entre Aspas, subiu ao palco e aumentou a concentração de estrelas por metro quadrado...Mais um dueto romântico, mais uma partilha de sentimentos, mais um grande momento de emoções à flor da pele...

A despedida surgiu mas o público queria mais e sabia que o melhor ainda estava para vir, sendo recompensado numa nova subida ao palco de André Sardet, ainda a tempo de nos presentear com o apaixonante tema “Quando eu te falei em amor”...Uma letra lindíssima, uma melodia envolvente e uma voz encantadora, deixou-me convicto que não seria preciso mais para deixar o público em êxtase e a representar a voz de Sardet por momentos...

Para o final ficou guardado o “Feitiço” final, levando centenas de pessoas ao mundo dos sonhos, enfrentando o mundo das amarguras com um coração mais aquecido, e acreditando mais no amor em detrimento dos conflitos e discussões quotidianas...

Coimbra exigia há muito tempo um espectáculo destes...o sonho concretizou-se e André Sardet anunciou a repetição deste sonho para 8 de Janeiro, levando ao rubro o público conimbricense sedento de espectáculos desta dimensão, numa cidade em que a cultura tem de ser mais valorizada porque espaços e assistências não faltarão...

Obrigado André Sardet, obrigado Coimbra, quero mais...

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

A Intensidade dos Sentimentos


As homilias dos matrimónios são momentos ricos em lições de vida e as mensagens da Igreja abrilhantam ainda mais a celebração do amor aos olhos de DEUS. Senão vejamos, há uns tempos atrás citei um padre acerca do conceito do amor referido num dos casamentos que fui recentemente. Hoje estou disposto a falar de um tema referido numa homilia matrimonial que tanto se adequa ao amor como à amizade, ou seja, a intensidade dos sentimentos. Na altura o padre referia-se apenas ao amor, mas julgo que esta reflexão adequa-se a todo o género de relações humanas, entre as quais a amizade e o amor, por isso as palavras que proferir aqui relativas ao casal, podem ser aplicadas à relação entre dois amigos.

De facto, segundo a mensagem do padre, num casal há sempre um que ama mais que o outro, nunca há um equilíbrio coincidente, mas que o amor tem de superar essa diferença de intensidade. Isto porque o amor é partilhar, é dar, é preencher o espaço vazio, complementar e compensar a menor intensidade do outro, mesmo que esse outro ame e faça muito por esse amor mas com menor intensidade...

Desta forma, a diferença de intensidades sentimentais é uma realidade, mas não pode ser essa diferença que nos poderá causar medo de amar ou de ter um amigo, porque a vida é um risco repleto de desafios, de constantes diferenças, apenas temos de as saber respeitar e complementá-las para a harmonia e os sentimentos demonstrarem-se com o seu estilo próprio...

Porque quem ama sofre mesmo quando é amado, enfrentemos o risco de nos abrirmos para a humanidade para amarmos e sermos amados, mesmo que esse amor ou amizade seja de intensidades diferentes...

domingo, 5 de novembro de 2006

PELOS CAMINHOS DE PORTUGAL: Piódão

Vale a pena percorrer montes e vales para chegar lá ao fundo e ver este presépio natural...


Ai mãe, agarra-me que tenho vertigens:)


Vamos tomar um café?
Vamos...onde queres ir?
Damos um saltinho ao Piódão, que achas?;)

Igreja Matriz do Piódão...Digam lá que não é bonita;)


Viva o oportunismo comercial!!! Só faltavam os artigos do Noddy;)
Numa daquelas tardes aborrecidas em que não há nada para fazer, a loucura invadiu-me o espírito e propus à minha família conhecer o Piódão...a minha mãe toda entusiasmada convenceu o meu pai, e ainda convidou a minha irmã e afilhada, mal ela sabia onde se ia meter...

Era a nossa primeira vez no Piódão, e ainda por cima comigo ao leme do barco, ou como quem diz, ao volante da poderosa máquina do meu pai...Este ia ao meu lado, habitualmente ocupando a função de co-piloto proferindo as suas instruções “Gonçalo, encosta-te mais à direita...”, “Gonçalo, vai mais devagar, tem juízo...”, “Daqui a pouco vou para aí...”. Atrás de mim, a minha afilhada, indiferente à proximidade do abismo, e respondendo às criancices do padrinho, a minha irmã que sorria e tentava acalmar a minha mãe, e a minha mãe que só dizia para mim “Gonçalo, pára o carro...”, “Ai onde eu me vim meter, já estou mais que arrependida...”, “Mas isto nunca mais acaba?”.

É verdade, o caminho parecia uma constante interminável de perigos, estradas onde um carro passa apertado, cruzando-se por vezes dois, protecções laterais inexistentes, e o abismo ali tão perto...No meio disto tudo, lá ia eu ao volante, a sorrir para os receios de grande parte da minha família, acalmando a minha mãe com gracejos, e conduzindo com muita tranquilidade ou, como diz Paulo Bento, com muita dranquilidade...

Chegámos ao Piódão e senti que valeu a pena o caminho das tormentas, é um típico local de tradições, onde a beleza natural vale mais que mil caminhos tortuosos, como as fotos que tirei podem comprovar. Escusado será dizer que a minha família, nos próximos tempos, só conseguirá ver o Piódão por um canudo ou em fotos...

Espero poder regressar ao Piódão porque o escasso tempo que tinha não me permitiu explorar profundamente este espaço, e recomendo vivamente às pessoas para cometer esta loucura saudável e ultrapassar montes e vales para chegar a um destino proveitoso...Afinal de contas, a vida também é uma constante de montes e vales com destinos proveitosos:)

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Eu Não Sei Quem Te Perdeu...


Pedro Abrunhosa

Eu não sei quem te perdeu


Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.

E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
"Não partas nunca mais".

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.

E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.



Após uma noite das bruxas sensaborona, celebrou-se hoje o Dia de Todos os Santos, enchendo-se o cemitério de pessoas que recordaram os seus entes queridos já falecidos, em gestos a roçar o consumismo exacerbado, aproveitando os comerciantes de flores e velas para facturarem.

Nunca fui um frequentador assíduo dos cemitérios onde jazem os meus falecidos familiares, em pequeno acompanhava mais a minha mãe colocando um botão de rosa ou acendendo uma vela, no entanto esse hábito foi-se perdendo, ganhando no entanto uma maior consciência da importância dessas pessoas na minha vida. Acredito que peco por esta ausência, mas a crença nesta proximidade torna-se progressivamente maior, sentindo um apoio invisível que me tem sustentado durante estes anos de imensos desafios, como se mensageiros celestes da palavra de DEUS se tratassem, iluminando o meu caminho como os meus Anjos da Guarda Celestes.

Numa época especial em que a homenagem aos finados tem de ser complementada nos restantes dias, gostaria de deixar aqui a minha, e nada mais talhado do que esta letra de autoria de Pedro Abrunhosa, um dos génios da música nacional na arte da composição, criando num momento de grande iluminação a melhor letra e música de todos os tempos, na minha opinião. Uma letra que me faz recordar as pessoas que um dia mostraram as suas mãos para prestarem o seu apreço e carinho, fizeram dos seus braços a união e deixaram a sua marca no meu coração, mesmo que alguns deles nunca tenham partilhado a sua presença física comigo ou tenham partilhado numa altura inconsciente da minha vida.

Às vezes, quando fecho os olhos ainda sinto as vozes meigas, os sorrisos doces, e as brincadeiras envolventes das pessoas responsáveis pelo meu sorriso e motivação diária, por isso o meu eterno agradecimento por tudo o que têm feito por mim...

A vela já está acesa, retribuindo a luz que tem iluminado o meu caminho, porque eu não sei quem vos perdeu...

domingo, 15 de outubro de 2006

O dia em que o meu pai é bebé...


Os dias com a família são sempre especiais, mas este dia em que o meu PAI completa mais uma primavera, ainda mais especial é para mim...
Sem entrar em grandes considerações sobre o meu, porque essas são realizadas na intimidade e em espaço e tempo próprio, gostava de falar da figura masculina da vida, o nosso PAI...

PAI é a pessoa que nos acolhe nos seus braços nos primeiros momentos de vida, que nos aquece o coração e sorri para nós como se um sonho se tratasse, revelando o orgulho em ter tão frágil ser nas suas mãos...Lembro-me de um estágio de observação realizado no Bloco de Partos de uma Maternidade e, mesmo na qualidade de estudante de enfermagem, senti o momento mágico do nascimento de um filho, um período de sentimentos contraditórios, em que a dor é substituída pelo alívio, a tensão pela tranquilidade, e o receio pelo orgulho...Orgulho de um PAI babado com o filho ao colo, um sorriso emocionado, o brilho no olhar que observava o filho agora em tranquilidade, fazendo caretas para o PAI...Às vezes procuro imaginar qual seria o sentimento do PAI naquele momento...Julgo que tudo passa pelo amor, amor que permitiu a partilha de uma vida com a mulher da sua vida e que teve os seus frutos no nascimento de um filho, deixando o PAI ainda mais apaixonado pela sua família que, nesse momento, cresceu em amor...

Os primeiros meses de vida são acompanhados pelos pais com grande proximidade e carinho, partilhando o momento do banho, o momento da mudança de fralda, as primeiras papas, as primeiras palavras, os primeiros passos...Constitui-se uma altura em que a prioridade e o amor passam a ser oferecidos à criança, aumentando os laços entre PAI e mãe, manifestados através de um olhar, de um sorriso, de um abraço, ao qual o pequeno anjo responde com um sorriso...

Após um cuidado meigo e atencioso do PAI nos primeiros anos de vida, os anos que se seguem exigem um cuidado mais relacional, em que o carinho e delicadeza devem ser mantidos, aliados agora a uma abertura de espírito e de amizade com o seu filho...Acredito até que o PAI deve ser o seu melhor amigo, de forma a acompanhar os problemas crescentes que vão surgindo durante a sua vida, apoiado na sua maior experiência de vida e confiança depositada pelo seu filho, numa relação pai-filho que se pretende saudável e construtiva.

Mais tarde, a adultez passa a velhice e a infância a adultez, altura em que os papéis se invertem e o filho terá de ser o cuidador do seu PAI, numa prova de orgulho e amor retribuída, dado o crescimento e desenvolvimento humano que ele lhe prestou durante uma vida de sacrifícios...

Efectivamente, esta é a minha perspectiva de desenvolvimento da relação pai-filho, contudo está recheada de falibilidade, uma vez que não sou nenhum Freud, nem me apresento na condição de pai...Desta forma, sejam pais, mães ou filhos, lanço o desafio aos queridos participantes deste blog para revelarem a sua visão acerca desta relação familiar...

Para finalizar, gostava de dedicar este texto a todos os pais que amam os seus filhos e aos futuros pais como eu que desejam um dia sentir a magia da família, crescendo e desenvolvendo-se no seio da mesma...Uma dedicatória especial ao meu pai que tanto me ajudou para que fosse o que sou hoje...Muito obrigado papá, estás para sempre no meu coração...

sábado, 7 de outubro de 2006

Recém-Licenciado/Desempregado


Faz hoje 73 dias que estou no desemprego sem fundo...

No meu ano de caloiro julgo que as entradas inicialmente previstas eram cerca de 160 estudantes, mas acabaram por entrar 200, sem dúvida um número coerente com os estudos de mercado que tem sido feitos...Depois, durante o curso fartei-me de ter que destacar que estava num “Curso de Licenciatura em Enfermagem”, que a exigência era maior, que sairia com um título mais respeitável,...Se isso fosse sinónimo de maior qualidade de ensino e saída profissional breve até aceitava mas, em vez disso, sou um recém-licenciado de um “Curso Com Saída Para O Desemprego”, em que os estudos apontam para uma redução no mercado de trabalho mas, mesmo assim, continuamos a assistir à entrada excessiva de estudantes repletos de ilusão...Ainda se o McDonald’s aceitasse recém-licenciados, ainda se compreenderia a importância de tanto investimento, mas para ficar em casa em desinvestimento não se compreende tal posição...Se era para esperar estes dias e mais alguns que estudei durante quatro anos, preferia parar todos os dias num parque de estacionamento e soltar todos os dias as já conhecidas “Venha, venha, venha...destroce, destroce, destroce...” como um típico arrumador de automóveis, pelo menos era uma ocupação mais nobre do que ficar em casa a contemplar as paredes ou a levar com a Floribella...

Enquanto uns ficam em casa a dar injecções na almofada, outros fazem trabalho duplo, movidos por entidades governamentais que exploram os seus profissionais até ao tutano, obrigando-os a preencher o seu e o lugar de milhares de jovens à espera do seu primeiro contributo...Felizes as pessoas e/ou doentes que são cuidados desta forma, de facto bem podem agradecer às entidades superiores a crescente qualidade dos cuidados prestados...Ou sem ironia, bem podem agradecer aos enfermeiros amantes da sua profissão por suarem as estopinhas e procurarem manter a fasquia num nível elevado, fazendo o trabalho de um, dois e às vezes até de mais enfermeiros.

As vagas não surgem e milhares de recém-enfermeiros continuam a assobiar para o ar, esperando que algum dia se lembrem do investimento que foi feito por todas as partes envolvidas, afundando-se o país numa decrescente qualidade dos serviços...Ao menos que se salve o défice...

Enquanto isso, vou seguir o exemplo de hoje, e continuar a dar voltas à mata do Choupal à espera que o telefone toque, sentido pena que o país que tanto adoro dê tantos tiros nos pés...

Um obrigado pela paciência amigos:)

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Um breve intervalo...





A publicidade é um meio de comunicação que provoca sentimentos contraditórios consoante a construção do anúncio, ora provocando tédio, ora presenteando-nos com momentos de boa disposição...Uns incentivam-me ao chamado zapping quando a banalidade e a falta de criatividade se revela em anúncios sensaborões...Outros são construídos de forma tão imaginativa e ao mesmo tempo com tanta simplicidade que nem nos importaríamos de ouvir “Agora vamos para um breve intervalo...” se todos os anúncios fossem como estes...
Desta forma, aceitando os “breves” intervalos de meia-hora da TVI, temos que gramar com muito anúncio fraquinho que nos leva a questionar a existência de publicidade na televisão, sendo entremeado com outro tipo de anúncios bem delineados como é o exemplo deste anúncio protagonizado pelo jovem pastor Nuno Filipe, de Soutelinho do Mesão. Para quem não se recorda, este jovem apareceu há uns tempos numa das fantásticas reportagens exclusivas da TVI, em que a pacata vida de um jovem pastor, perdido na sua aldeia no meio das suas cabras, foi motivo de destaque televisivo nacional, sendo agora aproveitado pela Netcabo (a isto chama-se publicidade gratuita...) para divulgar os seus produtos.
O aproveitamento da humildade e simplicidade de um jovem aldeão para facturar é talvez o ponto negativo deste anúncio, no entanto não deixa de ser algo que me prende a atenção quando o vejo, dada a boa disposição que o humor natural me proporciona...Só tenho pena que depois do único jovem da aldeia de Soutelinho do Mesão ter corrido o mundo enquanto não estava com as suas cabras, de ter conhecido novas culturas, trocado e-mails, ter enviado e recebido milhares de fotografias e músicas, vir dizer descaradamente que escreveu em blogs, sabendo bem que não se dignou a colocar uma palavra por pequenina que seja neste blog...Fico chateado, pois claro que fico chateado...
Independentemente disso, “Há coisas fantásticas, não há?”...este anúncio é uma delas:)

domingo, 24 de setembro de 2006

Paz Por Um Mundo Melhor




Outlandish

I Only Ask of God

I only ask of God
He won't let me be indifferent to the suffering
That the very dried up death doesn't find me
Empty and without having given my everything

I only ask of God
He won't let me be indifferent to the wars
It is a big monster which treads hard
On the poor innocence of people
It is a big monster which treads hard
On the poor innocence of people

People...people, people

I only ask of God
He won't let me be indifferent to the injustice
That they do not slap my other cheek
After a claw has scratched my whole body

I only ask of God
He won't let me be indifferent to the wars
It is a big monster which treads hard
On the poor innocence of people
It is a big monster which treads hard
On the poor innocence of people

People...people...people

Solo le pido a Dios
Que la guerra no me sea indiferente
Es un monstro grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente
Es un monstro grande y pisa fuerte
Toda la pobre inocencia de la gente

People...people...people

A música é um dos melhores meios de expressão de sentimentos e intenções, não consigo conceber a minha vida sem música, seja ela de que estilo for, porque sou uma pessoa que vive a música consoante a ocasião.
E esta música marca uma época de medo e preocupação em que as acções de intervenção social devem ser cada vez maiores, sensibilizando para as consequências da guerra e consciencializando a população mundial para uma mudança de mentalidade individual.
Identifico-me com esta brilhante composição musical, em que há um pedido divino para que não haja indiferença à guerra e à injustiça, monstros que têm retirado a vida a muitos inocentes.
Partilho esta mensagem convosco porque é algo que tem de passar e sensibilizar, permitindo-vos uma reflexão para uma mudança de mentalidade individual e global. Juntos somos poucos para travar as ofensivas militares cruéis e injustas, por isso se abdicarmos das nossas convicções em prol de “mentes brilhantes” que aceitam a guerra a qualquer preço, continuaremos a deixar entrar pela nossa casa dentro crianças ensanguentadas, o medo duplo de grávidas, famílias destruídas, territórios transformados em pó, inocentes partindo...
Efectivamente, teremos de ser uma referência individual para o mundo, acreditando na “Utopia do Mundo Melhor”, começando por criar um espaço de paz ao nosso redor, para que esse espaço seja transmitido para outros espaços e geracionalmente.
Se cada um de nós interiorizar e partilhar esta mensagem, a utopia poderá tornar-se uma possibilidade, vamos acreditar e ter fé...Pensem nisto...

sábado, 23 de setembro de 2006

Tributo a Porto-Gaia


Cheguei e os meus olhos brilharam...à minha frente o Rio Douro sorria para mim dando-me as boas vindas e apresentando-me a proximidade entre Porto e Gaia...de um lado a Ribeira, do outro a Serra do Pilar...Na Praça da Batalha senti a paz interior da belíssima Igreja de S. Ildefonso, onde os sentimentos de tranquilidade e harmonia contrastavam com a agitação e azáfama do lado de fora, reservando-me a possibilidade de encontrar a figura de Rainha Santa Isabel, generosa padroeira de Coimbra que alimenta os corações de fé dos seus crentes...

Num passo de subtileza, atravessei a Ponte do Infante, sentindo a presença imediata na cidade de Gaia, deixando-me levar para um miradouro próximo do Mosteiro da Serra do Pilar, local que me permitiu observar a imensidão e beleza destas cidades...O rio à minha frente fez-me recordar Coimbra, lembrando-me os traços de romantismo que um rio proporciona, atravessando uma cidade com os seus formosos contornos...Com um brilhozinho nos olhos, enchi o peito de ar e deliciei-me a apreciar a beleza do momento que a natureza e o destino me estavam a proporcionar...

A tentação invadiu-me o coração, levando-me à redescoberta do Cais de Gaia, e deixando-me calmo como a ondulação do Rio Douro que estava cada vez mais perto...Num truque de magia proporcionado pela Ponte D. Luís, de imediato regressei ao Porto, sentindo a simplicidade da sua Ribeira que já havia vislumbrado do Mosteiro da Serra do Pilar...Num esticar de braços conseguiria tocar num dos peixes que saltavam à minha frente, mostrando que não era apenas eu que estava feliz por ter o Douro tão perto de mim...

O sol já batia forte demais para um dia de final de Verão quando passei pela zona da Foz, espaço em que o rio e o mar se tocam, mostrando a delicadeza e perfeição da natureza...Um sitio relaxante que me incentivou a fechar os olhos e a imaginar-me num mundo de tranquilidade, como me sentia naquele momento...Por perto, algumas pessoas dedicavam-se a actividades piscatórias, sem notarem o prazer que sentia naquele momento por sentir o refrescante odor da natureza...

Uma tarde que terminou na praia do Bico do Cabedelo, contemplando o elemento mais belo do mundo natural...o mar...a imensidão que proporciona diante dos meus olhos recorda-me a fragilidade e pequenez humana, mas ao mesmo tempo faz-me acreditar que o sonho é possível se existir coragem para ultrapassar os obstáculos da vida...Se um dia já vencemos o mar intenso e poderoso, porque não poderemos ter o poder para atravessar os trilhos irregulares e desafiantes da vida?

Um agradecimento à pessoa magnífica que me proporcionou a contemplação de tão belo espaço, conprovando mais uma vez que a natureza e uma companhia especial são uma das receitas para a felicidade.

Boas viagens:)

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Amizade com limites?


O mundo é realmente muito pequeno, e quando estamos perante o ecrã de um computador ainda mais pequeno fica tornando-se numa autêntica aldeia global...A Internet foi sem dúvida uma das maiores invenções no mundo da tecnologia, criando redes e proximidades nunca dantes imaginadas, levando-nos para locais desconhecidos, tornando as pessoas numa autêntica rede social, permitindo a comunicação com pessoas do outro lado do mundo...
Recentemente, fui levado a pensar na possibilidade da criação de amizades com pessoas do outro lado do Atlântico e a reflectir sobre a importância da distância na amizade.
De facto, tenho sido colocado perante a distância de amigos residentes em Portugal, o que me causa alguma tristeza porque, sendo assim, raramente posso estar pessoalmente com eles e o máximo que consigo é realizar visitas esporádicas, aproveitando por viajar pelo magnífico Portugal. Mas agora pensar que poderei criar amizades do outro lado do Atlântico mesmo sem saber se algum dia os poderei ver, é algo que me preocupa...Preocupa-me porque os laços de amizade são para mim laços muito fortes que dificilmente se compadecem com longas distâncias durante enormes períodos de tempo, porque a amizade para mim é entrega, é proximidade, é sentirmos a presença de um amigo através de um gesto, de um carinho, de um simples beijo...E o mundo virtual que as novas tecnologias nos proporcionam permitem manter uma relação saudável de amizade, com uma relativa proximidade se a imaginação nos permitir, mas haverá sempre aquele momento em que queremos algo mais real, queremos um abraço, um ombro amigo, a presença pessoal daquele amigo que tanto gostamos e que dificilmente o poderemos tocar...Claro que hoje em dia o mundo dos transportes e das telecomunicações evoluiu imenso e que há maiores facilidades de deslocação, mas se há dificuldades naturais na mobilidade dentro de um mesmo país para a reunião com os amigos, muito mais haverá entre países separados por um oceano imenso.
Contudo, sou uma pessoa que respira a amizade e que por mais obstáculos que surjam eu serei um acérrimo defensor deste nobre sentimento e, tal como no amor, não há distâncias, culturas, idades, raças e estatutos sócio-económicos que me separem dos valores da amizade e da entrega que pretendo incutir, mesmo bastante afastado...
A revelação neste blog é dada em primeira mão e, sentindo a distância como a maior motivação, revelo desde já que longe ou não, poderão sentir a partir de hoje a minha inteira disponibilidade para uma verdadeira amizade...Não é uma decisão precipitada, os escassos momentos que já vivemos foram intensos de partilha e de sentimentos, sentimentos esses traduzíveis agora pela amizade que pretendo incutir na nossa relação...
Como eu costumo dizer, longe fisicamente mas perto do coração, seremos amigos para sempre...Eu acredito;)
Para finalizar, gostaria de saber se acreditam nos limites da amizade e se, por ventura, vivenciaram uma situação semelhante à que vivo presentemente...Façam o favor de opinar:)

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Merche e Ronaldo: um final anunciado?


Segundo o Jornal Correio da Manhã de hoje, a relação amorosa do casal do ano chegou ao fim, deixando mais pobres as revistas do social que tanto venderam à custa desta relação.
De facto, ninguém estava à espera deste desfecho, os portugueses sempre acreditaram nesta relação por diversas razões:

- As relações VIP’s são normalmente duradouras e para a vida, bastando para isso ver a taxa de uniões e casamentos que se realizaram entre pessoas da elite;
- Pessoas que vivem tanto da imagem e estatuto sócio-económico muito dificilmente se envolvem sem ser por amor;
- O dinheiro é um elemento terciário nestas relações.
- Sentia-se nos bastidores que Merche e Ronaldo tinham sido feitos um para o outro.

Uma notícia que surpreende um país, ainda por cima agora que Merche Romero já teria mandado retirar os bidés e aumentar o tamanho dos jacuzzis da nova casa dos dois pombinhos. O que será agora da vida da indústria removedora dos bidés e ampliadores de jacuzzi? Não há condições para continuarem a trabalhar e acabarão tristemente na casa de mais uma exigente figura do Jet 7 nacional. E as nossas revistas cor-de-rosa? Eu nem quero imaginar as lágrimas que devem correr pela suas redacções, afinal de contas todos nós acreditávamos no casal do ano e agora fazem-nos uma coisa destas...Bem, pelo menos deverão passar as próximas 1001 edições a explicar, em exclusivo, as verdadeiras razões para este afastamento...
No entanto, a vida continua e segundo fonte próxima do Correio da Manhã, Merche Romero ainda não se conformou com esta situação, referindo que “procura apoio nos amigos, nomeadamente, no ‘ex’ namorado Valter Carvalho”. O mais surpreendente surge na frase seguinte quando fonte próxima revela que “ela não namora com o ‘ex’ Valter de Carvalho, mas tem uma paixão louca por ele”. Afinal de contas, as razões exclusivas para a separação já começam a ser anunciadas...E como são bonitas as paixões loucas...

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Só eu sei porque não fico em casa

Uma noite europeia brilhante no mundo do futebol português proporcionada por uma jovem equipa do Sporting que me enche de orgulho como português e como adepto leonino. Mas quem me conhece já sabe como é;)
Por isso deixo-me de palavras elogiosas aos meus heróis verde e brancos e apresento-vos um resumo digno de uma noite brilhante para os sportinguistas e...para os verdadeiros portugueses. Até me arrepio quando ouço o hino da Liga dos Campeões e vejo o magnífico golo de Marco Caneira...Uma noite inesquecível...


segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Onde estavas no 11 de Setembro?


Ainda me lembro como se fosse hoje...Um dia aparentemente normal, tinha chegado a casa à hora do almoço, depois de ter feito um exame de equivalência à frequência de Físico-Química, durante a manhã. Almocei em família como costumo fazer e, no final do almoço, fui assistir ao resto das notícias na sala de estar de minha casa...Era com muito prazer que atentava nas notícias desportivas quando, de repente, Júlio Magalhães interrompe a reportagem e anuncia um acontecimento de última hora...Na altura fiquei chateado, pois estava tão bem a ver as notícias desportivas e tinham de interromper a emissão, ainda por cima para falarem dos Estados Unidos...Na altura ainda não se falava em atentado, daí o facto de Júlio Magalhães uns minutos mais tarde referir “as explosões não param de suceder no World Trade Center...” quando na verdade era o embate do segundo avião...No entanto, aos poucos comecei a verificar a dimensão e importância da notícia, afinal de contas atentados sucessivos surgiam nos Estados Unidos, deixando o mundo horrorizado, aguardando pelo próximo alvo do terrorismo. O sofrimento naquele momento deve ter sido tão monstruoso que por mais que tente é impossível imaginar, deixando o meu pesar às vítimas inocentes desta tragédia.
11 de Setembro de 2001 marca o início de uma nova era, desde esse dia nada mais foi como dantes, deixando o mundo em sobressalto, impulsionando novas guerras, enfraquecendo a economia, aumentando o medo pelo futuro...A utopia do “Mundo Melhor” foi ainda mais desacreditada, deixando-nos à mercê de um mundo selvagem e fanático, em que a obsessão pelo genocídio tornou-se uma ideia comum...
Pessoalmente, acredito que a solução para a atenuação destes problemas passa pela compreensão das relações humanas, fazendo uma analogia entre o microgrupo dos nossos amigos e o macrogrupo da população mundial. Se no microgrupo existem naturais conflitos frutos da natureza humana que requerem uma gestão dos mesmos, num grupo ainda maior como o macrogrupo existirão ainda mais, dadas as maiores diferenças. Mas a melhor maneira para a gestão destes conflitos passa por algo que se presencia cada vez menos e que é um princípio fundamental na minha vida pessoal e no meu microgrupo, ou seja, a comunicação aberta e eficaz. Comunicação aberta talvez haja entre estes povos, no entanto a eficácia não surge devido à ausência de qualidades como a compreensão, humanismo, empatia, aceitação da diferença...Enquanto o ser humano não compreender o verdadeiro sentido da existência, continuará a manchar o mundo com nódoas de sangue inocentes...
Para finalizar, gostaria de saber a vossa opinião acerca deste tema que mudou as nossas vidas, mostrando como viveram o 11 de Setembro e o que este dia mudou nas vossas vidas...Cumprimentos de paz para vocês.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Morangos Com Mateus


A novela que tem conquistado a atenção dos portugueses tem revelado artistas de qualidade inegável, dignas de uma novela da TVI, e com múltiplos finais previstos...Agora, em vez de se ficar a saber o destino de Ana Luísa e Simão ou o assassino de António Calado, descobriremos o futuro e/ou desfecho do futebol português, patrocinado por entidades como o Gil Vicente, o Belenenses e até o Leixões...
Nesta trama, artistas da nova vaga destacam-se entre os já conhecidos Valentim Loureiro, Gilberto Madaíl e Cunha Leal...Falo obviamente de António Fiúza e Mateus...
António Fiúza que, segundo diz, não é nenhum parolo, tem-se revelado um dos maiores stand-up comedians da actualidade humorística em Portugal (Bruno Nogueira que se cuide...), deixando os portugueses à beira de um ataque de riso ao proferir frases como “...doia a quem doer”, “O caso Mateus passou as fronteiras do Mundo...”, entre outras. Perante isto, presume-se que em Plutão não se fala de outra coisa, preparando-se já a segunda série desta novela “Morangos Com Mateus – Justiça de Férias”.
Desta forma, já não ouvia falar tanto de um jogador mediano desde que Beto foi para o Benfica, tornando-se Mateus na figura da pré-época em Portugal e na Europa, ao ponto de suspeitar que seria o avançado que o Manchester United precisava...
Aquilo que constituiu uma novela, por parecer uma producção de ficção nacional de terceira categoria, tornou-se num verdadeiro reality-show, em que a ficção tornou-se real pelas possíveis consequências severas no futebol nacional. E tal como qualquer reality-show, aqui também a enorme plateia assiste a um espectáculo de produção diminuta dos concorrentes, aguardando pela próxima expulsão...Infelizmente, as expulsões poderão continuar a ser injustas, referindo-me aos clubes portugueses na Europa e à Selecção Nacional...
Aguardemos pelas cenas dos próximos episódios numa televisão perto de si...

O Futuro do Blog


Como prometido, após um período de auto-reflexão e de ajuda por parte dos frequentadores assíduos deste blog, decidi apresentar as suas novas linhas editoriais.
Assim, aceitando e agradecendo o apoio prestado pelas pessoas referidas anteriormente, fui de encontro ao que me indicaram e julgo ter encontrado o caminho mais correcto para o futuro deste blog.
Desta forma, mantendo as virtudes da linha editorial anterior, decidi acrescentar ao lado sério, humano e sensível dos textos anteriores, um lado mais descontraído e bem disposto. Obviamente que os textos profundos continuarão a ser publicados mas em menor quantidade, uma vez que atravessamos um período em que as tristezas nos afastam dos momentos sérios, procurando por algo que nos traga um maior descanso mental, urgindo assim os textos leves e descontraídos. É o desafio a que me proponho, esperando estar à altura para vos proporcionar estes novos momentos, enriquecendo ainda mais o blog, partindo de factos actuais que me tenham despertado à atenção e que mereçam alguma ironia da minha parte...
Quanto à vossa participação, espero que estas alterações vos motive ainda mais a participar e a deixar a “preguiça” de escrever quando passam por este espaço que também é vosso. E como propriedade vossa, só vos resta participar e deixarem a vossa marca pessoal regularmente, não sendo difícil encontrar um tempinho que seja para escreverem o que sentem.
Um blog renovado está a surgir...

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Desafio...


Após um ano de muito trabalho, aproveitei este mês de Agosto para descansar e reflectir sobre as circunstâncias que surgiram durante este ano e sobretudo, durante este mês, uma vez que este é por norma um período de tempo em que sinto muito a ausência de pessoas especiais que, por alguma razão, não podem partilhar a sua companhia comigo.
Curiosamente, este mês até foi dos meses de Agosto mais bem passado dos últimos anos, aproveitei para passear, conhecer novas pessoas, recuperar outras, ser importante para mim e para os outros. Raramente senti a solidão e monotonia que senti nos anos transactos, em que parece que estava no meio de uma teia que não me deixava estar com as pessoas, obrigando-me a ficar em casa suportando o tédio de Agosto.
Durante este mês tive a possibilidade de reflectir também sobre este blog, e verifiquei que, ao contrário da minha vida pessoal, este blog sentiu a ausência dos amigos e das pessoas especiais que percorrem esta página, chegando a pensar que seria o ponto final nesta iniciativa. Acredito que seja um tempo de descanso para muita gente, mas dedo mindinho disse-me que pessoas especiais alhearam-se do blog nestes tempos livres, algo que me deixou preocupado...
Desta forma, lanço o desafio para, nos comentários que espero que agora façam, deixarem as vossas sugestões e propostas porque este blog é de todos os que por aqui passam e, no inicio de um novo ciclo, gostaria de saber se devo seguir a mesma linha editorial ou fazer algumas alterações de estilo...No final publicarei novo post em que farei o balanço dos comentários e as conclusões que retirei para o estilo que pretendemos incutir nesta página. Estou receptivo às críticas construtivas;)
Beijinhos, abraços e fiquem bem:)

sábado, 12 de agosto de 2006

A Lei do Amor V


“Há outras causas que impedem o cumprimento da Vontade Divina. A mais maléfica e frequente é o Ego. Toda a gente gosta de se sentir importante, valorizado, reconhecido, galardoado. Para o conseguirem, geralmente utilizam os dons que a natureza lhes deu. Os elogios que recebem à sua forma de escrever, de cantar, de dançar ou de dirigir um país, faz com que se esqueçam da razão pela qual lhes foram dados esses dons. Se nasceram com eles, não foi para o seu brilho pessoal, mas sim para os porem ao serviço da Vontade Divina.” Laura Esquivel In A Lei do Amor

O reconhecimento que o ser humano exige para a sua vida, vangloriando-se pelas suas realizações pessoais pode distorcer a sua verdadeira missão de vida, servindo-se das suas qualidades para os colocar em função pessoal, em vez de as colocar em função da humanidade. Confesso que também procuro este reconhecimento, quiçá com alguma arrogância, porque acredito que o elogio e a palavra amiga de valorização pessoal são o alimento que sacia a minha vida...Talvez seja um alimento pesado que provoque uma congestão na missão de vida, mas ao mesmo tempo dá-me a força necessária para continuar a dar o melhor de mim em função do próximo...
No entanto, exijo de mim próprio um maior controlo na procura deste reconhecimento, esforçando-me ainda mais em dar, sem desejar previamente nada em troca, nem mesmo uma gratificação...Sei que isto pode provocar-me uma sentida carência afectiva, mas cumprirei sem impurezas a minha missão pessoal, sentindo a sua realização como o maior agradecimento...
Escrevendo, dançando, cantando ou dirigindo bem uma organização, uma coisa vos peço, sejam amigos da oferta sem esperar nada em troca...se assim for, todos daremos uns aos outros e não sentiremos a falta de nenhum tipo de reconhecimento;)

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

A Lei do Amor IV


“Não percebe que tudo o que acontece neste mundo passa por alguma coisa, e não apenas porque sim. Um acto, por mínimo que seja, desencadeia uma série de reacções no mundo. A criação tem um mecanismo perfeito de funcionamento e, para manter a harmonia, precisa de que cada um dos seres que a compõem execute correctamente a acção que lhe corresponde dentro dessa organização(...)Até a partícula do átomo mais pequena sabe que tem de receber ordens superiores, que não pode dar-se ordens sozinha. Se uma das células do corpo decidisse que é dona e senhora do seu destino e optasse por fazer o que lhe desse na real gana, converter-se-ia num cancro que alteraria completamente o bom funcionamento do organismo. Quando uma pessoa se esquece de que é uma parte do todo e que no seu interior transporta a Essência Divina, quando uma pessoa ignora que está ligado ao Cosmos, quer queira quer não, pode cometer a asneira de ficar deitada na cama pensando em puras parvoíces.” Laura Esquivel In A Lei do Amor

Despedi-me do mundo das coincidências há algum tempo...Sempre julguei estranhos alguns acontecimentos da minha vida, sentindo-os como pré-determinados, como se alguém superior comandasse o meu percurso de vida...Se assim não fosse, porque razão não consegui ingressar no curso de medicina, ficando à distância de umas míseras décimas, durante dois anos seguidos? Porque razão coloquei enfermagem como a minha alternativa a medicina, mesmo sem saber que alguma vez iria abraçar esta profissão como a minha missão de vida? Alguém me poderá explicar a razão de ter conhecido pessoas tão especiais no meio da multidão de um mundo virtual? E já agora, justifiquem-me a história de uma amiga que veio dos Açores para Coimbra para tirar o curso de enfermagem e que, por mais estranho que pareça, num estágio teve uma passagem de dez semanas por Arganil, reencontrando familiares dos seus antepassados de um momento para o outro...Por acaso? Não, a palavra acaso já foi riscada do meu dicionário e neste momento acredito que nada acontece por acaso...Nem o facto de estares neste momento a ler este texto será por acaso, já pensaste nisso?
É por isso que espero que quem quer que esteja a ler esta mensagem, pense que o ser humano está integrado como um todo no Universo, descobrindo o sentido dos acontecimentos de vida diários, encarando-os como uma mensagem do Cosmos, de um destino que actua em prol do nosso crescimento e desenvolvimento humano...A partir do momento em que deixarmos de ouvir a mensagem do destino, fechando os nossos corações, deixaremos de poder actuar segundo os desígnios do Universo, de escolher o melhor caminho para a nossa evolução, e poderemos correr o risco de ficarmos deitados na cama pensando em puras parvoíces...
Com a ambição que a vida nos exige, descruzem os braços, ergam-se com motivação e gritem bem alto ao mundo “A Vida Faz-me Bem”...Pensem nisto;)

sábado, 5 de agosto de 2006

A Lei do Amor III


“A Vida nunca nos porá perante uma encruzilhada onde haja um caminho que nos leva à perdição. Pôr-nos-á dentro das circunstâncias com que estivermos com capacidade para lidar. O que acontece é que o homem geralmente se deixa vencer pelas circunstâncias. Vê-las como obstáculos inamovíveis perante os quais nada pode fazer, e nada há mais falso que isso. O Universo pôr-nos-á sempre nas situações que correspondam ao nosso grau de evolução.” Laura Esquivel In A Lei do Amor

A vida é feita de momentos...momentos felizes e outros menos felizes que pela alternância e imprevisibilidade com que têm surgido na minha vida, e que tenho observado na dos outros, me fazem acreditar que ninguém é feliz...O mais que pode existir são momentos de felicidades que, estando muito próximos uns dos outros, nos permitem dizer que estamos felizes...
A felicidade é relativa e mesmo nos momentos de maior desilusão, em que os “obstáculos inamovíveis” parecem bloquear a nossa felicidade, poderemos sempre encará-los como uma dádiva prazerosa do Universo. Será mais uma oportunidade que temos para usar a nossa força e energia encoberta pela tristeza, e ultrapassar mais um obstáculo no caminho dos tais momentos felizes...O medo, a falta de ambição e as recordações do passado são talvez os maiores obstáculos para continuarmos nesse caminho, mas serão ultrapassáveis com maior ou menor dificuldade se assim o desejarmos, porque na vida nada se repete e tudo se desenvolve se assim o ambicionarmos...
Para vosso bem, para bem da humanidade e para bem do Universo, acreditem mais nas vossas capacidades e sejam participantes activos no “Teatro da Vida”...O estado de felicidade só depende de vocês, surgindo como a maior recompensa para o vosso esforço...Acreditem e cresçam amigos:)

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Adeus Vida Académica...



Celebrei hoje o final da minha vida de estudante, iniciando-se uma nova etapa no mundo profissional, mais propriamente na mais bela profissão do mundo, a enfermagem...
Referi que terminei a minha vida de estudante mas não deixei de ser estudante...A vida académica já partiu mas estudante serei sempre como forma de valorização pessoal e profissional, exigindo de mim próprio uma actualização contínua de conhecimentos científicos...
Tal como o padre referiu hoje na homília da missa de final de curso, a pessoa não é uma máquina, não podemos comparar o corpo do António ao motor de um Fiat (passo a publicidade)...E nessa procura constante do ser como um todo, é necessário continuar a ser estudante, observar, escutar, ler, aprofundar conhecimentos...Desta forma poderemos compreender melhor a pessoa e defender os seus direitos, sempre que eles estiverem em perigo, utilizando os mais recentes e os velhos conhecimentos científicos...Poderemos saber estar com o doente, mostrando-lhe uma postura adequada e reveladora daquilo que, talvez, o doente mais precisa: atenção...Poderemos ser o enfermeiro que o doente precisa naquele momento, adoptando uma filosofia e uma personalidade em enfermagem que ao satisfazer o doente, também nos realizará pessoal e profissionalmente...
No fundo, utilizando o saber saber, o saber estar e o saber ser, poderemos estar mais próximos do amor ao próximo, um das características de quem tem fé, como eu...A outra, como nos indicou hoje o padre, é o amor a Deus...Mas mesmo quem não tiver fé e não ame Deus, pelo menos ame o próximo...
Em suma, desejo um início de um novo ciclo cheio de grandes momentos, momentos que me façam rir, momentos que me façam exultar de satisfação, momentos que me façam amar o próximo e a Deus...Obrigado meu Deus por teres escolhido missão tão bonita para mim representada pela profissão de enfermagem...Vou procurar cumpri-la da melhor forma....

quinta-feira, 20 de julho de 2006

A Lei do Amor II


“Ás vezes há que violentar a matéria para que se apresente a sua formusura. É à base de golpes de cinzel que um pedaço de mármore se converte numa obra-prima. Há que saber bater sem piedade, sem remorsos, sem medo de deitar fora os pedaços de pedra que impedem que a peça mostre o seu esplendor. Saber produzir uma obra de arte é saber tirar o que estorva. A criação utiliza o mesmo processo. No ventre materno, as próprias células sabem pôr-se de lado, suicidam-se para que outras existam. Para que o lábio superior se possa separar do lábio inferior, tiveram de morrer as milhares de células que os uniam. Se não fosse assim, como poderia o homem falar, cantar, comer, beijar, suspirar de amor? Infelizmente, a alma não tem a mesma sabedoria que as células. É um diamante em bruto que, para ficar polido, precisa das pancadas que o sofrimento proporciona.” Laura Esquivel In A Lei do Amor


Sofrimento...dor...solidão...angústia...infelicidade...Palavras carregadas de intensa carga negativa, palavras que por si só nos transportam para um lugar longínquo do passado, fazendo-nos estremecer ao sentir o seu verdadeiro significado....
O texto anterior apresenta-as como o martelo e o escropo que a alma precisa para ser aperfeiçoada, como um meio necessário para a evolução humana, de forma a que a criação se desenvolva tanto física como espiritualmente...Se a criação física já possui os mecanismos necessários para crescer e desenvolver-se, a evolução espiritual exige uma aprendizagem auto-didacta, em que as maiores machadadas trespassadas pela alma proporcionam a abertura para um crescimento mais sustentado e sólido...Tal como as células que se põem de lado para que a criação física possa beijar, expressar, sentir e amar, as machadadas permitirão o aperfeiçoamento da alma, lembrando-nos que a vida é um caminho com montes e vales, e que são os vales que valorizam a chegada aos montes...
Infelizmente, o sofrimento nunca será benvindo, mas se for aceite com maior naturalidade e com um propósito favorável, de certeza que será melhor compreendido e nos colocará mais próximos do que desejamos...

quarta-feira, 19 de julho de 2006

A Lei do Amor I


“Quando há ódio entre duas pessoas, a vida reuni-las-á tantas vezes quantas forem necessárias até este desaparecer. Nascerão uma vez e outra perto um do outro, até aprenderem a amar-se. E virá um dia, depois de catorze mil vidas, em que terão aprendido o suficiente sobre a Lei do Amor para que lhes seja permitido conhecer a sua alma gémea. Esta é a melhor recompensa que um ser humano pode esperar da vida. E podem ter a certeza que caberá a todos, mas a seu devido tempo.” Laura Esquivel In A Lei do Amor

Este é o primeiro de alguns excertos de uma obra sublime que pretenderei partilhar convosco nos próximos tempos, sempre que o destino assim o queira, como o próprio livro traduz...
Este excerto debate a importância do amor na descoberta da nossa alma gémea, como sendo o resultado do desaparecimento gradual do ódio, ao longo das diferentes vidas por que passamos...
Pelos vistos, a chave para abrir a porta da felicidade e do amor eterno passa pelo sofrimento que possamos passar até descobrir e partilhar o verdadeiro amor entre as pessoas, os animais, as plantas e os objectos...Muitos momentos serão dolorosos, simbolizando a adaptação da nossa alma à diminuição dos sentimentos de ódio e ao aumento dos sentimentos amorosos, mas a melhor recompensa que teremos será a celebração do amor eterno, indo de encontro à pessoa que nos completará...
Se o amor é a solução inevitável para esta questão, porque razão não aprendemos a amar mais cedo? Um grande abraço para todos e façam o favor de amar...

terça-feira, 18 de julho de 2006

Lágrima em Enfermagem: sensibilidade ou mau profissionalismo?


Há uns dias atrás fui confrontado com a seguinte questão polémica: Será correcto o enfermeiro expressar as emoções pela morte de um doente, ao ponto de deixar cair as lágrimas perante a família desse doente?
Teoricamente, a formação que tive leva-me a negar este tipo de emoções, no sentido da relação de ajuda que se estabelece com a família exigir o controlo dos nossos sentimentos, mostrando a segurança e a confiança necessárias. Uma vez que o enfermeiro é a pessoa mais privilegiada e próxima da família, e sendo que esta precisa do apoio necessário para ultrapassar os infortúnios da doença, não será credível revelar uma imagem frágil e desmotivada...Senão, o que marcaria a diferença entre um enfermeiro e uma pessoa sem a formação em Enfermagem? Assim, qualquer um poderia prestar o tão exigido apoio emocional, sem necessitar de qualificações teóricas e práticas, qualquer um poderia ser enfermeiro nesta situação...
Contudo, os argumentos que obtive de uma pessoa experiente na área, fez-me pensar que esta expressão de emoções perante a família poderá ser vantajosa, reveladora de sensibilidade e pureza de sentimentos, em detrimento de uma imagem fria e calculista...Questionei-a acerca da reacção da família a esta postura do profissional de enfermagem, tendo sido revelado que, uns tempos mais tarde, a família agradeceu aquele tipo de apoio demonstrado entre um ombro amigo e a lágrima no olhar...Além disso, o enfermeiro cria laços fortes com o doente, tendo que ultrapassar esta separação sob pena de não conseguir processar a perda desse ente querido, iniciando um processo de luto patológico...Argumentos que me fizeram pensar, sendo reforçados no final pelo incentivo à expressão natural das emoções perante a família, sempre que o controlo de sentimentos e de conhecimentos que se exige na enfermagem forem praticamente impossíveis de realizar...A família sentirá essa nobreza e partilha de sentimentos e agradecerá eternamente...
Sendo esta uma das perguntas difíceis, ao qual ainda não obtive resposta conclusiva, por existirem argumentos lógicos dos dois quadrantes, peço a vossa ajuda para, com os vossos comentários, me ajudarem a efectuar um juízo final...Conto com a vossa experiência, tanto no papel de profissionais, como no papel de familiares...

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Amor a quanto obrigas...


Há uns meses atrás tive o prazer de ser convidado para a celebração de um casamento numa das mais pequenas igrejas que já alguma vez estive...Mas como a dimensão das casas não traduz a força que poderá ser transmitida dentro delas, tive a felicidade de assistir a uma homilia de um padre relativamente jovem, que emitiu o seu sábio conceito de amor...Segundo ele, amor é dar ao companheiro aquilo que o poderá fazer feliz, mesmo que essa felicidade seja a tristeza para nós...Como exemplos, referiu o facto de uma esposa detestar futebol e ser a primeira a ir comprar os bilhetes para assistir a uma partida de futebol com o marido...ou o facto de um marido sentir imensas dificuldades em lavar a louça, mas ser o primeiro a levantar a louça da mesa e pôr as mãos à obra na cozinha...
No último sábado tive o prazer de assistir a um filme em que nos transmitia precisamente esta lição de vida...Com um final original para um filme daquele género, concluiu-se que o amor tem de ser uma troca recíproca de motivos de felicidade, o facto de abdicar de hábitos passados para fazer feliz alguém que amamos, uma adaptação mútua aos prazeres de cada um, mesmo que esse prazer seja o nosso maior obstáculo...
Pensem nisto e não repitam aquele filme de novo, em que a pouca demonstração de amor acabou por destruí-lo, mesmo sentindo-se que aquele casal tinha tudo para ser feliz...

O orgulho de ser português...


Durante um mês Portugal foi a palavra de ordem nas televisões, nos jornais, nas rádios, nas bocas dos portugueses...Uma palavra que incomodou uns, encantou outros, mas que conseguiu acima de tudo devolver o espírito patriótico que nos deve caracterizar...Bandeiras à varanda, “A Portuguesa” na ponta da língua, rostos pintados com as cores nacionais, cachecóis ao vento, tudo foi motivo para mostrar ao mundo que temos orgulho de ser portugueses...Portugal foi neste período sinónimo de união, força, fé, coragem e vitórias...Os portugueses saíam à rua com a alegria de dizer a palavra Portugal, mostrando um sorriso largo pela fantástica campanha futebolística que os nossos jogadores exibiam na Alemanha, com a esperança de repetir a História milenar em que o mundo seria reconquistado pela bravura lusitana...
Infelizmente, as bandeiras começam a desaparecer, “A Portuguesa” terá de ser relembrada em próximo campeonato de futebol internacional, os rostos só serão novamente pintados por motivo de vaidade ou de gala, e os cachecóis ficarão guardados no armário ansiando por nova época de Amor a Portugal...
Pensem nisto e não esperem por nova competição internacional para mostrarem ao mundo o orgulho e a emoção que é ser português, porque a beleza e força de um país não depende da conquista de uma taça do mundo, mas depende da união e nacionalismo das pessoas que o compõem...Amo-te Portugal:)

sábado, 8 de julho de 2006

Percepção da Individualidade Humana


Uma das premissas da minha existência é a caracterização da individualidade humana como um todo, enquadrando os aspectos físicos e mentais numa única abordagem, contrariando a visão física que se adopta preferencialmente...A falibilidade desta visão revela-se através da existência de pessoas fisicamente desprezáveis mas com qualidades humanas que nos deixam colados à sua presença, em oposição à existência de pessoas especialmente atraentes fisicamente mas vazias interiormente...A visão holística permite uma maior selectividade relacional, através de uma maior identificação e aproximação às designadas pessoas especiais, relegando para segundo plano as chamadas pessoas desprezíveis ou desinteressantes...
Um gesto...um sorriso...um olhar...uma palavra...factores que me despertaram a atenção precocemente e que têm sido progressivamente sujeitos a uma sensibilidade cada vez mais apurada...Sem constituir estereótipos, a energia transmitida pela imagem e pela palavra, mesmo à distância, poderá ser o argumento necessário para a caracterização humana dessa pessoa...Obviamente que há sentimentos que se estabelecem apenas pessoalmente, no entanto, tenho confirmado que uma percepção cuidada da expressão/imagem de uma pessoa poderá ser um factor primordial para a definição da sua personalidade...Prova disso, é o facto de conhecer bastante bem pessoas tão distantes e próximas ao mesmo tempo...Como se a energia que a sua imagem e palavras carregam me permitissem conhecer tanto e tão pouco, simultaneamente...Porém, o reconhecimento dos limites da nossa percepção à imagem e palavra, e/ou a abertura ao próximo sem preconceitos, contribuirão para uma visão mais realista e justa do ser humano...
Pensem nisto, sejam mais receptivos às energias transmitidas pelo próximo, mas acreditem que estas podem ser transmitidas de diferentes formas, e que a imagem é tão importante como falível...

quarta-feira, 28 de junho de 2006

Silêncio


Silêncio é:

Dádiva para os ouvidos num período agitado...
Dor aguda num momento de indiferença...
O desconhecido...
O respeito pelo próximo...
Expressão de sentimentos...
Um arrepio numa noite de solidão...
Paz entre gritos...
Mal-estar e impaciência...


A dualidade do silêncio tem-me mostrado...o seu sabor doce, num momento de reflexão, num período de descanso após um extenuante trabalho, numa circunstância em que preciso de me reencontrar...e o seu sabor amargo, num momento de indiferença, numa noite medonha de inverno, num período de afastamento...
Ultimamente os momentos de silêncio lembram-me que a perda, mesmo que momentânea, é dolorosa, fria e proporcional à distância física que separa esse silêncio...Assemelha-se a um nó na garganta que nos impede de exprimir tudo o que sentimos, a uma mão que se contém em respeito pelo próximo, a um sorriso que fica por dar...Apesar de considerar o silêncio benéfico em determinadas situações, a ausência de algum sinal provoca-me uma enorme ansiedade, esperando por uma palavra que não chega como sinónimo de admiração e carinho...
E vocês, como lidam com o silêncio?

sexta-feira, 9 de junho de 2006

A Idade do Amor


Sempre fui um defensor da imunidade do amor à raça, etnia, classe sócio-económica, idade e, mais recentemente, à distância física...No entanto, factos da vida mostraram-me que o amor tem pelo menos um limite: a idade. Talvez esteja a ser preconceituoso relativamente à idade, mas mesmo acreditando no amor sem impossíveis, aprendi que a idade pode revelar-se como obstáculo importante na vida de duas pessoas que se amam...
Acredito que a diferença de gerações incutirá gostos e disposições diferentes num determinado momento inevitável, incompatibilizando uma relação independentemente da intensidade do amor e da compreensão...Custa-me emitir esta opinião, sendo eu um defensor do amor sem limites, mas a vida ensinou-me esta lição...Será que estive desatento a esta lição? Será que ainda terei de descobrir a verdadeira lição? E qual é a vossa lição para mim? Espero que mais uma vez me ajudem a aproximar-me da verdade e reflictam um pouco sobre as (im)possibilidades amorosas...
De qualquer das maneiras, envio um beijinho especial para a pessoa que um dia me abriu os olhos e me ensinou esta lição de vida...Obrigado querida;)

sábado, 3 de junho de 2006

Momentos infelizes


Há momentos da nossa vida que se o arrependimento matasse já não existiriamos...há momentos em que por mais inocentes que sejamos acabamos sempre por em qualquer altura magoarmos alguém...há momentos em que nos sentimos tão pequeninos que nem o facto de assumirmos a plena culpa nos deixa mais descansados...há momentos em que mais vale estar calados...
Hoje sinto-me assim e nada me faz demover dos pensamentos ruminantes por que estou a passar neste momento...Acho que já há muito tempo não fazia uma asneira tão grande numa relação interpessoal, e não acredito que a minha ingenuidade momentânea tenha feito sofrer alguém de que gosto tanto, alguém que não merece sofrer por tudo aquilo que já passou, que só merece momentos de felicidade e bem-estar...
Talvez já fossem horas de ir descansar mas não consegui antes de escrever e desabafar de qualquer forma, estava com um nó na garganta e tinha de o desfazer de qualquer jeito...Ainda não me sinto aliviado, mas pelo menos já escrevi tudo o que sentia, mostrando neste post o meu sincero arrependimento sobre um comportamento pouco digno e pouco natural para mim...Desculpa amiga, espero que o tempo cure este momento menos feliz que tive...

sexta-feira, 2 de junho de 2006

"O" dia da criança...


Ouvi ontem à noite que hoje era o dia dos filhos, uma vez que se celebra o dia 1 de Junho, Dia Mundial das Crianças...Julgo que é redutor atribuir este dia aos filhos, e antes disso, acredito que este é o dia dos filhos, dos pais, dos avós, porque cada pessoa tem uma criança, escondida ou não, dentro de si...
Por sua vez, hoje ao percorrer um centro comercial de grande afluência em Coimbra, constatei que nunca tinha saído à noite com tanta criança à minha volta, o ambiente infantil apoderou-se do ambiente romântico que aquele espaço reserva a determinada hora...Muitos eram os pais que satisfaziam a vontade dos filhos com a comida de plástico que estes tanto gostam...Muitos eram aqueles que os deixavam gozar este dia, mesmo que mantivessem um mal disfarçado afastamento...Muitos eram aqueles que se lembravam dos filhos apenas um dia por ano...
Talvez esta opinião seja polémica e fira suspectibilidades, principalmente de quem é pai/mãe, mas foi o que senti...parece que só se lembram dos filhos uma vez por ano, raros são os casais que se observam a passear nestes espaços com orgulho dos seus filhos nos restantes dias do ano, quando o dia da criança devia ser todos os dias...Sinto-me algo apreensivo por pressentir que o futuro seja marcado pela frieza do ser humano, desenvolvida pela falta de amor e carinho demonstrada pelos pais, conjugada por um ecrã à frente dos olhos inocentes de uma criança...E não há bem material que compense o amor e carinho da família...
O amanhã será o reflexo do presente...As crianças de hoje serão os adultos do futuro...Cultivem o amor e o carinho nestas crianças em prol de uma sociedade mais humanista...Pensem nisto;)

sábado, 27 de maio de 2006

Por um mundo melhor


John Lennon

Imagine
by John Lennon

Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say,I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some dayYou'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say,I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one


Ontem foi a abertura do Rock in Rio, um dos eventos mais simbólicos do mundo, que conjuga duas paixões da minha vida: a música e a solidariedade. Entre uma música e outra, um minuto de silêncio ou uma palavra de esperança, o festival permite a reflexão na procura de um mundo melhor...Identifico-me com a perspectiva de John Lennon que um dia imaginou um mundo belo e harmonioso marcado pelo sonho e a utopia...Utopia, porquê? Porque todos os festivais de solidariedade são poucos para que o sonho se torne realidade...porque os minutos de silêncio não têm continuidade nos momentos seguintes...porque o Homem muitas vezes rejeita o paraíso pelo inferno...
Recordem-se das grandes manifestações humanitárias em que o apelo individual de cada um provoca um efeito sinérgico intenso e com resultados magníficos...nessa altura a pobreza desvanece-se, a fome diminui, o equilíbrio surge, a justiça prevalece e um sorriso de esperança surge como a maior recompensa...
Procuraremos dar continuidade a esses momentos, apelando à individualidade e autonomia de cada um para darmos as mãos ao próximo, independentemente da cor, raça, etnia ou religião...Não esperemos pelos momentos de solidariedade para, numa atitude de piedade e imitação, angariar os fundos necessários às diversas iniciativas...criemos os nossos próprios momentos de ajuda humanitária, considerando que o amor e o carinho valem mais do que qualquer bem material...
E o mundo será só um...

quarta-feira, 24 de maio de 2006

A voz...


Um dia ouvi dizer que a voz é o segundo elemento sexual no ser humano, sendo que a comunicação e a sensualidade passa muito pela vibração ocorrida entre as cordas vocais...A prova está no carinho que sentimos de uma voz calorosa surgida nos momentos mais oportunos e que nos fazem recordar para sempre, na voz cantada de uma música que nos aquece o coração, nas palavras sentidas bem perto do ouvido e que nos fazem acreditar na verdadeira relação amorosa...
A voz também pode transmitir a personalidade do ser humano, revelando as diferenças entre a passividade, agressividade, manipulação ou assertividade típicas da individualidade humana...ou revelar mesmo o estado de espírito momentâneo, sentindo a tranquilidade ou a ansiedade próprias de cada momento, através de uma voz segura e contínua ou, pelo contrário, de uma vez trémula e com diversas pausas desconexas...
Há vozes frias ou calorosas, doces ou agressivas, expressivas ou não, mas o que importa é a expressão de sentimentos reveladoras e proporcionadoras de bem-estar a nós próprios e aos outros...
Hoje ouvi, pela primeira vez, a voz de uma pessoa muito especial para mim, uma pessoa que se foi revelando aos poucos, através da expressão de sentimentos que requerem uma enorme sensibilidade própria, exigindo de mim uma receptividade extra-sensorial...Inesperadamente, o sentido auditivo identificou e reconheceu a voz dessa pessoa tal qual como eu a imaginava, provando as características da voz anteriormente referidas relativamente à personalidade, estado de espírito e sensualidade...Uma voz meiga, cuidada e sensual tornou-se o seu reflexo pessoal, revelando-se a ponte entre o interior e o exterior...
Pensem nisto e estejam mais atentos às vozes...

sábado, 20 de maio de 2006

Pensamentos Soltos


Se a lua cheia brilha numa noite escura, porque não poderemos brilhar num dia cinzento? (Gonçalo Cardoso, 2005)

São quase duas da manhã, a cabeça já pede descanso, foram dois turnos da tarde trabalhosos em dois dias seguidos, preocupações relativamente ao trabalho de investigação, um encontro nacional de estudantes de enfermagem que não terei possibilidade de participar na próxima semana...No fundo, a coloração cinzenta deste momento poderia ser o início de alguma desmotivação e desânimo...Mas, tal como diz a frase em cima, porque não poderemos brilhar num dia cinzento? Será só a lua cheia que brilha num momento descolorido? Claro que não, a vida somos nós que a pintamos, a diferença está na escolha das cores com que pintamos os nossos momentos...O momento será tanto mais colorido quanto maior for a extracção de contributos positivos do momento que estamos a viver...
Basta juntarmos um pedaço de amor, outro tanto de carinho, uma chávena de missão pessoal, um pacote de fé e sorte q.b., para obtermos a receita do prazer e satisfação momentânea, acompanhada com um arco-íris sorridente todos os dias...
O brilho da nossa vida será o brilho dos outros e vice-versa, portanto, façam o favor de brilhar;)