sábado, 19 de abril de 2014

Há 8 anos mais perto de todos!


Imagem: http://blog-pt.hostelbookers.com/competicao-online/ganhar-viagem-gratuita-8-aniversario-hostelbookers/

sábado, 12 de abril de 2014

Razões para o Afastamento das Pessoas!

Questionei-me há umas semanas sobre a distância existente entre as pessoas no evento TED no Porto, nomeadamente na sua faceta de Networking. Não seria preciso um evento TED para questionar-me sobre as relações mas nesta precisa situação foi alarmante a sua distãncia. Tudo porque este é um evento que apenas faz sentido com pessoas capazes de quebrar barreiras e iniciarem novas relações, sejam pessoais ou profissionais, e o que se viu foi um corredor de pessoas pregadas nas suas individualidades ou com os seus pequenos grupos, e apenas com a vontade do fim do intervalo, do contacto e dos olhares indiscretos. Eu próprio, que considero-me uma pessoa com um poder de iniciativa razoável, senti-me perturbado com a ideia de querer e não poder dentro de uma barreira invisível que impedia e inquietava.

Parei e pensei.

Haverá imensas razões para este desfecho, vocês saberão muitas mais, mas para mim há quatro boas razões para o afastamento das pessoas.

Primeiro, o medo da rejeição. O medo de receber um rotundo "Não!" O medo de receber apenas um sorriso tímido e um "Adeus, ó vai-te embora!" disfarçado por uma falsa simpatia. Ou mesmo receber umas costas voltadas na resposta em troca.

Segundo, o medo da suspeição. O medo de pressupor um interesse inexistente. A abordagem pela troca de favores sociais, profissionais, económicos ou sexuais que na realidade não existem. Isto porque o oportunismo dizimou as últimas gerações, fazendo crer que tudo pode ser uma oportunidade disfarçada e ignorando gente pura e apenas com o único prazer do estar e do ser.

Depois temos o medo do preconceito. O medo de se ser alto, baixo, gordo ou magro. Ter uma perna maior que a outra, uma borbulha na testa ou uma verruga peluda no queixo. O medo de se ser e de ter quando o principal é o saber estar. Mas este medo existe e impede muitas relações!

Por fim temos a razão do individualismo. Há mesmo gente que não tem medo da rejeição, da suspeição e do preconceito. Apenas tem medo de perder o seu ego e fecha-se apenas sobre si. Ou então tem todos os medos em si. Um caso de estudo que não me interessa!

E agora pensar como seria o mundo com menos razões e com mais emoções. Acolher e ser acolhido. Receber que nem criança carente e expressar que nem gente madura. Rir para cimentar. Ser fiável e confiar. Estar em provas cegas. E pensar que este poderia ser mais do que um texto com um final utópico. Real, bem real!

Música: Rihanna - Stay

domingo, 6 de abril de 2014

Manuel Forjaz


Descobri-o numa das gravações do programa 5 para a meia-noite. Na altura estava a lavar louça e a querer saber mais sobre o evento TEDxOporto que iria assistir uns dias mais tarde. De repente ouço um senhor falar de algo que ainda hoje é impronunciável para muita gente, incluindo eu, e que muitas chamam "doença da modernidade". Tive que parar tudo o que estava a fazer e ficar perplexo diante da televisão enquanto assistia a um senhor falar com uma coragem inimaginável dessa problemática na primeira pessoa. Foi a primeira pessoa que tinha ouvido falar assim. Ainda hoje acho irreal!

Uns dias mais tarde, tive o gosto de o conhecer pessoalmente no TEDxOporto. E não me esquecerei da sua intervenção, da melhor intervenção, porque a melhor intervenção será sempre aquela que mais se identifica comigo. Foram poucas as palavras mas cheias de relevo e pertinência. Inquietado com a fraca ligação entre as pessoas, nomeadamente nos intervalos do evento, este senhor pede para as pessoas se levantarem, olharem para as pessoas ao seu lado e abraçarem-se, dizendo ao ouvido "Gosto muito de ti!". Claro que este é um momento simbólico, dado que são gestos a mais para pessoas que muito provavelmente nunca se tinham cruzado, mas é o padrão necessário para quebrar rotinas e rasgarmos zonas de conforto. E muito provavelmente percebermos que as zonas de conforto são uma verdadeira treta! No final desse dia, e inesperadamente, ainda recebi um exemplar do seu livro que tem como título "Nunca te Distraias da Vida".

Desde esse dia comecei a consumir tudo sobre este senhor. Vi os seus programas na TVI 24 e vi a sua entrevista no programa Alta Definição há cerca de uma semana. Entre muitas outras coisas retive um desejo seu. O seu objectivo actual era atingir o dia 31 de Dezembro de 2015. Depois logo se veria, conforme ele dizia.

Este senhor chama-se Manuel Forjaz e hoje fui assaltado com o seu falecimento. Perdeu-se o corpo mas ficou a alma. A alma está bem viva naqueles que o sentiram. O legado será grande mas essa será a sua presença viva. E assim será!

"Poderei morrer da doença, mas a doença não me matará"
Manuel Forjaz

Imagem: http://apipocamaisdoce.sapo.pt/2014/01/28-minutos-e-7-segundos-de-vida.html
Música: Journey - Don't Stop Believing


sábado, 5 de abril de 2014

Razão Vs. Naturalidade

Acordo de manhã com uma chamada de um Call-Center. "Bom dia, o meu nome é X e venho falar em nome da Empresa Y, no intuito de Z e queria perguntar-lhe se é um momento oportuno para me ouvir." Isto tudo num ritmo tão alucinante como mecanizado. Questiono-me se me estão a ligar ou se é brincadeira de Voice-Mail.

Cansado de ofertas manhosas em vozes de máquina de escrever, vou almoçar a um restaurante. Peço o que pretendo comer e eis que surge a pergunta da praxe: "E para beber?" Respondo: água. E quase ainda antes de ter respondido já me estão a perguntar: "Fresca, natural, com ou sem gás?". A meio da refeição sou interrompido mil e uma vezes para me perguntarem se está tudo bem. O problema não é o interesse, é a forma. A questão é feita de forma tão excessivamente respeitosa que me faz sentir o último terrorista à face da Terra.

Saio à noite. O espectáculo já tinha começado. Peço desculpa ao entrar porque sinto-me a interromper a uma sessão de missa em vez de uma noite de loucura musical. Tudo sentado nas suas cadeiras, num silêncio inquietante interrompido pela música que parece não acordar. Só faltavam as mãos ao alto e alguém no palco proferir um "Oremos, irmãos!". Alguém levanta-se da cadeira e começa a dançar. "Mas o que é isto?", pensam os outros. Mais tarde, alguém se levanta e acompanha a dança. A certa altura, outro, outro e mais outro deixam as suas cadeiras e desfilam boa disposição. Acaba-se a noite como se de um concerto dos One Direction se tratasse.

E este é o exemplo de que é possível acabar com a racionalidade dos operadores de Call-Center, de soltar os empregados de mesa, de libertar o corpo e a mente ao som da música e de naturalizar muitas outras actividades que vivem sob o excesso de padrões rígidos e formatados que apenas cansam e oprimem.

Libertem-se, sejam felizes!

Música: Klingande - Jubel