1. Gonçalo Cardoso /
O Sabor da Palavra
"20 horas. Jantar no Hotel Ritz. Jorge, um delegado de propaganda médica, observa o charme de Leonor, uma jovem e ambiciosa advogada, de olhar penetrante, lábios carnudos e um vestido de cetim justo, com um decote revelador da sua pele delicada e fina. Do outro lado da mesa, Leonor pede a Jorge que lhe sirva um cálice de vinho tinto, enquanto repara na sua barba cuidada, nos olhos verdes e na camisa justa e semi-aberta..."
2 - Scarlett Perry /
Eu, Scarlet Perry, me confesso
"À medida que o vinho quente e escarlate cai no seu copo largo e obscuro, Leonor recorda o primeiro encontro sexual de ambos: os cheiros, os fluídos, os sons e sensações...e sente-se de repente algo desejosa de Jorge. Deu um pequeno golo e lambeu uma gota malandra que cismou em ficar nos seus lábios carnudos e desenhados com uma cor forte. Estou louca por te sentir! - sussurrou ela - Não sei quanto tempo mais aguentarei!".
3- Puzz /
HeliPuzz
"Jorge coloca a mão direita sobre a mesa convidando outra mão a aconchegar-se dentro da sua. Leonor responde com um gesto delicado tocando-lhe suavemente e encaixando a sua mão no conforto da dele. Desejo-te a cada minuto. - Diz Jorge com uma voz quente e aconchegante, pensando que quando está com ela todo o mundo e os seus problemas desaparecem, e as suas tumultuosas vidas parecem fazer algum sentido. - Quando te vou ter só para mim? - questiona-a em jeito de desabafo."
4 - S* /
As minhas pequenas coisas
"Ela sorri, com aquele jeito malandro de quem quer mais mas teima em não o admitir. Sem se aperceber, deixou-se enrolar num mar de emoções com este homem de olhos verdes. Não quer só mais um encontro. Não quer só mais uma noite. Como dizer-lho? Mordisca o lábio num tique nervoso. Ajeita o cabelo, ergue os olhos e enfrenta-o.
- “Desta vez o jogo vai ser jogado segundo as minhas regras. Aceitas?”
5 - Malena /
Da Malena
“Aceito!”- responde-lhe, enquanto a sua mão aperta mais a dela.
Jantam quase em silêncio, os joelhos de ambos roçando-se... Os olhos de Jorge mal seguem os movimentos do garfo, presos a ela, expectantes, observando-lhe o peito ofegante, os lábios trémulos que tantas vezes afloraram cada recanto do seu corpo … Mal acabam, surpreende-se pela forma súbita como ela o arrasta pela mão até ao carro. “Deixa que te guie ao meu mundo!”- diz-lhe ela."
6 - Orquídea /
Orquídea Selvagem"E ele deixou-se conduzir por aquela mulher que lhe inebriava completamente os sentidos. Entraram no Alfa Romeo Spider descapotável de Leonor e dirigiram-se a uma velocidade vertiginosa até a um palacete luxuoso na linha de Cascais, onde decorria uma festa privada só para adultos. Antes de saírem do carro, ela debruça-se sobre a bagageira e de lá retira uma venda para os olhos de cetim preto e duas máscaras com pequenas plumas e brilhantes. Jorge disfarça o seu embaraço... dá-lhe a mão e entram juntos na festa."
7 - Me /
Play with me
"Abrem-se as portas do palacete, estilo árabe, colocam as máscaras e entram… Jorge não consegue disfarçar a admiração perante a grandiosidade daquele espaço soberbamente decorado, incitando à luxúria. Entram num salão amplo, onde uma sensual morena, apenas em lingerie toca piano, acompanhada de um par dançante… As pessoas estão elegantemente vestidas, e o ambiente é altamente excitante, quente, erótico… onde o sexo deixa de ser “pecado”, onde a palavra proibido é eliminada!... Ao fundo do salão ergue-se uma majestosa escadaria que conduz aos quartos temáticos… - Subimos?... pergunta Leonor num tom quente e convidativo."
8 - El Solitario /
El Solittario
"Jorge engole em seco,,, uma das suas fantasias está prestes a se tornar realidade...todo aquele ambiente transpira sensualidade, sexualidade, vontade, tesão...decidido dá-lhe a mão...Leonor encaminha-o para o andar de cima...lentamente sobem os degraus...um a um...à medida que se aproximam do topo os murmúrios provenientes dos quartos tomam forma de gemidos, sussurros de prazer...Já no andar de cima Jorge depara-se com um longo corredor ladeado de tochas...Leonor, aproxima-se da primeira porta...abre-a..."
9 - Just Me /
The Little Secrets of Mine
"O espetáculo que se lhe oferece é um festim para os seus sentidos... Mas, é nesse momento que Leonor o trava e lhe diz... "-Tens muitos quartos aqui... só podes escolher um... e vais ter de o escolher sem saber o que está nos outros... Queres ficar por aqui?" Jorge fica especado por momentos a admirar o espetáculo que se desenrola à sua frente... Uma mulher despindo-se, provocando... Olha para Leonor e apenas com o seu olhar recusa este quarto... Aproximam-se da segunda porta, abrem-na... Dois pares de olhos fixam-nos como que a perguntar... "-Juntam-se a nós?"
10 - Patife /
Fode fode patife"O magnetismo que incendiava o olhar não deixou espaço para dúvidas ou recusas. Fecharam a porta atrás de si sem se aperceberem que estavam a abrir uma outra porta nas suas vidas. Lá dentro, a dança dos corpos desvendava uma intensa alquimia. Encostada à pele, a lascívia mistura-se, entranha-se e enlaça. Na ânsia que os corpos a absorvessem. Jorge trepidava. Por dentro. Os seus dedos percorriam os contornos da pele húmida sem se atreverem a penetrar. Lábios como chamas, olhares como fagulhas do desejo. Até que Leonor se aventurou a percorrer as escalas do desejo e os corpos inflamaram-se, provocando o degelo dos corpos quentes."
11 - Stargazer /
Postcards from Heaven
"Naquele quarto envolto na penumbra, onde apenas uma lareira crepitava, pintando o ambiente de tonalidades vermelho e laranja paixão, Leonor foi-se deixando derreter nos braços daquele homem intenso. Jorge, inebriado pelos suspiros que Leonor deixava escapar por entre os seus lábios carnudos, sentia-se arrebatado por tanta volúpia, numa tempestade que ameaçava afogá-lo nas águas turbulentas do desejo.
Foi então que a porta se abriu e no seu limiar surgiu uma figura que ninguém esperava: ali estava ela, mais esplendorosa do que nunca, com um vestido branco translúcido, que lhe pendia do ombro em suaves pregas e lembrava uma imagem da Deusa grega Afrodite. Os seus longos cabelos de caracóis negros envolviam-lhe o rosto de uma beleza estonteante, e roçavam o seu outro ombro nu, numa carícia sedutora, transformando-a numa aparição que rondava o divino. - "Boa noite", disse ela, dando um passo decidido em frente."
12 - Libertya /
Litertya
"Jorge parou e olhou para a figura que se apresentava diante dos seus olhos, completamente enfeitiçado. Leonor sorriu maliciosamente e com uma cumplicidade notável, pediu para que avançasse. Quase que flutuava tal era a sua graciosidade, posiçionando-se por detrás dele.Beijou-lhe o pescoço, desconcertando-o. Deixou que o seu toque o arrepiasse, subindo pelo seu ombro, Leonor estava deliciada e fitava-o, os seus olhos estavam raiados de desejo e luxuria. Tirou-lhe a máscara, deixando que a outra figura feminina lhe pusesse a venda de forma calma, apenas ela veria aqueles olhos verdes magnetizantes naquele momento, seriam apenas seus. Jorge ouviu um sussurro...
- Abandona-te e, prepara-te para o êxtase...
13 - Venus In Red /
Voluptás
... sentindo o murmúrio quente soprado no ouvido, tentou tomar consciência do tinir que teimosamente o despertava e, com os olhos ofendidos, pela claridade repentina, percebeu que…afinal… vivera um sonho... (?!)
"Senhores passageiros, fala-vos o comandante. Em nome de toda a tripulação, esperamos, que tenham tido um voo agradável e, informamos que dentro de momentos, preparamos a aterragem em Veneza. Desejamos...".
Amaldiçoando a voz masculina que soava ao microfone, tentou recompor-se... - hmmmm... algo estranho se passa - pensou! Procurava localizar-se, quando o seu olhar chocou com a bela mulher instalada na poltrona a seu lado, logo, recordando a primeira vez que a vira, no embarque. Ficara então bastante impressionado, pela sua figura e feminilidade. Jorge, ergueu-se ligeiramente e voltou a sentir algum desconforto… levantando o agasalho que lhe cobria as pernas, viu em sobressalto, que o fecho das suas calças se escancarara, revelando o seu sexo húmido e (ainda) com sinais de claro intumescimento…
14 - Gradeel /
Paradise Lost
Prendeu sem medo o olhar na companheira de viagem que, fitando-o, se levantou e, pedindo licença, passou à sua frente, "perdendo" no seu colo, um papel dobrado. Dirigiu-se à cauda do avião.
Jorge, permaneceu sentado e, ainda atordoado abriu o papel. "Bem vindo ao Carnaval de Veneza! Com uma máscara dourada... Continua a tua fantasia! 041 5051809" Jorge estava atónito com a situação, não conseguia colocar a ideias no lugar. Se, por um lado, vivera uma irrealidade durante o sonho, a dama que estava ao seu lado era real, bela e sedutora. Durante a pequena viagem que o leva para fora do Aeroporto Marco Polo até ao centro de Veneza, não tira os olhos na mensagem deixada pela companheira de viagem. Tem vontade de ligar para o número que ela lhe deixou, mas não lhe parece um número de telemóvel. Arrisca, vai a uma cabina telefónica e marca...do outro lado, aparece uma voz que em tom acelerado lhe diz “ Palazzo Abadessa, buon pomeriggio”...desliga a chamada, fica intrigado! Dirige-se ao cais de embarque para apanhar uma gôndola até ao hotel onde ira passar uns dias. A meio da viagem, vira-se para o gondoleiro e mostra-lhe o papel, diz-lhe que o número é de um sítio chamado Palazzo Abadessa...o gondoleiro sorri e, com um ar malandro diz-lhe “Amico, è la patria di Casanova al Carnevale di Venezia...quasi nessuno ha accesso... lussuria “
15- AC /
nadadecoisanenhuma
A tentação é enorme, a provocação imensa...Jorge hesita se há-de ir até ao hotel tomar um duche refrescante e descansar da viagem, ou seguir para o Palazzo Abadessa... mas a curiosidade, o desejo latente e a palavra luxúria cegam-no completamente. Arrisca. Antecipa o prazer do desconhecido, da aventura, e sente uma vontade incontrolável de viver esta nova experiência. Manda entregar as malas no hotel e pede ao gondollieri que o leve de imediato ao fantástico palácio. Na imponente entrada é recebido por uma mulher lindíssima apresentando-se completamente nua, segue-a até uma sala onde lhe ordenam que se dispa na integra, estremece, mas segue à risca a ordem e antecipa alguma excitação..Depois de nu é conduzido a um quarto no primeiro piso onde encontra Leonor também ela despida, exposta, vulnerável, de pulsos atados acima da cabeça com uma fita de cetim... sussurra... Surpreende-me!
16- Confuskos /
As cartas que nunca te escrevi
Após tais palavras, Jorge jura a si mesmo cumprir o pedido e aproxima-se de Leonor, apoia o joelho na cama onde esta se encontra e olha-a… da cabeça aos pés! Consome cada fôlego como se fosse o último e o seu olhar intenso penetra-a até à alma! Com a ponta dos dedos percorre o corpo de Leonor, esta arrepia-se e estremece perdida por entre o desejo e o incerto… os dedos dele começam por subir dos pés aos joelhos, onde a mão muda de posição e começa a tocar-lhe com as costas da mão, sobe ao seu ventre evitando tocar-lhe no sexo, mas dobra-se sobre ela e beija-lhe o “Monte de Vénus” cujo tufo peludo em forma triangular lhe indicam o sentido do prazer… mas ele ignora e se o primeiro beijo foi fogaz, segue-se um beijo quente e longo na sua barriga de pele suave e cheia de sensações! Levanta o olhar, vislumbra os seios de Leonor e avança para estes…
17- NI /
Ni Entre Amigos
Mas o seu calor atormentava-o e, afastando-se, desata a fita de cetim que prendia as mãos de Leonor e, num movimento sôfrego, coloca-a de costas. Jorge não entendia as emoções que experimentava naquele momento. Apenas sabia que tinha que a fazer sua. Leonor fechou os olhos no momento em que sentiu a dureza da sua erecção entre as suas pernas, despertando nela um desejo que tinha que ser saciado.
18- A Minha Essência /
Roupa Prática
"Era o tudo ou nada. Ambos queriam, desejavam ardentemente o tudo. E numa dança de corpos começam os devaneios que há muito estavam reprimidos. Leonor sabia o poder que tinha, e soube usá-lo com mestria. De costas para Jorge, o seu corpo parecia uma serpente. Jorge por trás, vislumbrava aquela silhueta estonteante. Costas finas e definidas, a cada movimento era visível a beleza daquele tronco. Cintura estreita, onde as suas mãos grandes e delicadas iam de uma ponta a outra quando a puxava para si. Seu rabo torneado e firme ao toque das suas mãos sedentas de tesão, passava com o seu pénis por entre o seu sexo e o seu ânus, onde o roça, era a palavra de ordem daquele jogo, que ambos sabiam que só naquele momento tinha começado...
Jorge só tinha uma coisa em mente, explorar o corpo daquela mulher enigmática. Tudo nela o agradava. As suas pernas longas mas firmes e torneadas. Pele de seda pensava ele. Enquanto isso lhe vinha à mente, passava-lhe a língua pelas costas... delicadamente as suas mãos acompanhavam... nos entretantos, chega ao seu sexo, e dá-lhe prazer... ela geme... toda ela desliza contra a parede... eis que quando ele sente que ela está quase a chegar ao clímax, pára. A vira num rompante e penetra-a, olhando-a nos olhos como se lhe quisesse transmitir que finalmente era sua. Seus corpos começaram num vai-e-vem acelerado, descompassado. Os gemidos, esses, eram uma constante. Entre o vai-e-vem Jorge, manipula os seios firmes e hirtos de Leonor. Os beija como um complemento do prazer. Estavam completamente entregues ao devaneio... corpos suados, exaustos de prazer atingem o auge... Deitados no chão, Leonor acende um cigarro. Enigmática, vira-se para Jorge e sussurra-lhe...
Eu sei que pertences aos Serviços Secretos."
19. Bloguótico/
cronica dum bloguotico e duma sloguotica
"Auscultado aquele murmuro, que finge não ter ouvido, Jorge rouba-lhe o cigarro, queima-o numa passa só e joga-o fora! De lábios mudos e coração acelerado, cala o seu próprio silêncio com um beijo alucinado, enquanto tactea o corpo de Leonor que acabara de roçar no seu! Encontradas as línguas de fogo, logo o beijo dela resvala até ao ouvido de Jorge que volta a ouvir a mesma afirmação! Percebendo que o seu disfarce foi descoberto, quando prestes a confirmar-lho, ouve passos na direcção do quarto onde se encontravam de porta trancada! Forçada a entrada..."
20. Teresa Santos /
teresaeascronicas
“… entram, de rompante, dois indivíduos.
Morenos, rosto duro, olhar frio, param junto à porta. “Localizámos a mulher dos caracóis negros. Está detida”, diz o mais alto. Leonor olha-o. Senta-se no chão. Numa fracção de segundos revê os últimos meses da sua vida: a advogada incorrupta deixara-se enredar na teia que queria ajudar a desmantelar. Um enorme sentimento de mal-estar começa a invadi-la. E é a insegurança que chega. E é o pavor daquilo que adivinha.
Jorge, numa tentativa de readquirir o sangue frio acende um cigarro. Aspira o fumo. Vira as costas aos companheiros. Olha a rua, aparentando uma calma que está longe de sentir.
Leonor fixa-o, mas ele não vê.
Jorge, qual autómato, roda sobre si próprio e sem olhar os companheiros grita-lhes: “levem-na”! A mulher que eles tanto procuravam estava ali, indefesa.
E é a beleza que se transforma em máscara inexpressiva, e é o desespero, e é a mulher/prazer (onde estão os jogos sedutores?!) que dá lugar à mulher condenada.
Os dois homens debruçam-se sobre ela, ajudam-na a erguer-se. De pé, olha-os. Não faz o mais leve movimento de resistência. Deixa-se conduzir. “O tráfico? E as mulheres? Que destino terão, que…?” Já não pensa. Tudo não passa de um sonho.
Jorge segue-os. Mão na maçaneta da porta, a mesma mão que acariciara o corpo de Leonor. Um último olhar ao quarto, um sorriso triste, e a mão numa carícia.
A quê? A “quem”?”
O tema era erotismo mas mais do que isso, há suspense, há mistério, há nuances surpreendentes e até a polícia é chamada. A todos, sem excepção, há imensa qualidade escrita e a prova de que há imenso talento na blogosfera. Obrigado a todos por este projecto contínuo de nota artística. Missão cumprida!