Não me compete a mim avaliar as mudanças que surgiram após 33 anos de democracia porque não tenho termo de comparação com o tempo de ditadura vivido antes da Revolução de Abril.
No entanto, posso congratular-me pelo facto de “O Sabor Da Palavra” existir pela liberdade de expressão proporcionada pelo 25 de Abril de 1974, a qual me permite expressar os meus sentimentos e ideias sem ser sujeito à intensa opressão e censura vivida no regime ditatorial, segundo retratam as crónicas.
Contudo, além da maior liberdade concedida pós-revolução, quais as consequências positivas para a sociedade portuguesa? A minha resposta é impregnada de alguma dificuldade e ignorância experimental, uma vez que apenas posso aferir do período democrático vivido actualmente, e este é marcado por enormes dificuldades.
Há umas semanas atrás, no programa “Grandes Portugueses”, sem surpresas Salazar foi eleito como o maior português de sempre, não que eu seja um confesso admirador Salazarista, mas pelo facto de ser um observador atento da sociedade e constatar que há cada vez mais anseios pelo regresso de um “Salazar”. Acredito que estas intenções de voto provaram a insatisfação popular perante a situação actual que a democracia não solucionou, deixando um país com indíces elevados de desemprego, assimetrias económicas e sociais, menor produtividade e economia deficitária.
Sendo assim, a perspectiva de uma nova revolução começa a pairar no ar, sob o risco de perdermos a independência que conquistámos a tanto custo devido a mais uma má gestão na História de Portugal. E desta vez a revolução deverá ter uma abrangência a todas as classes sociais e políticas, através de uma revolução de mentalidades que permitirá um rumo aceitável, unidireccionável e com o compromisso de todos. Desta vez a queda política poderá ser substituída pela queda de filosofias parasitas e comodistas perante um país em crescendo de desempregados insatisfeitos, desempregados acomodados e empregados improdutivos.
Em suma, acredito que a solução passará pela mentalização do esforço actual de redução de despesas e aumento da produtividade, que possa constribuir para uma maior riqueza nacional e uma linha orientadora segura para um futuro que desejo que seja prospéro.
Com críticas construtivas e esforços convergentes de cada um, a revolução poderá concretizar-se para o bem de todos e dependente de todos... Do que estás à espera?