Era uma vez um menino que tinha um livro. Um livro feito de rasuras, cópias mal feitas e folhas em branco. Um dia descobriu a caneta. Essa caneta constituiu novos contornos nas suas linhas em branco ao ponto de as deixar com as cores do arco-íris. Assim se fez magia! A caneta deixou de ser especial e passou a ser mágica!
A caneta possibilitou escrever noutros livros. Os livros do menino seriam os da caneta e vice-versa. Por sinal, mais livros acrescentaram à biblioteca da vida, alguns deles de uma autoria surpreendente e com uma apresentação tão peculiar como merecida. Afinal de contas o livro e a caneta poderão ser sempre um muro das lamentações e o início do parágrafo da amizade.
Um dia, o menino tremeu. As canetas acumuladas ao longo da vida mereciam o seu respeito mas a mágica era a mágica. E a mágica merecia mais. Ficou um parágrafo em branco. Por culpa do menino. Afinal de contas, mais do que o respeito pelas canetas, o mais importante é a verdade do livro. E a verdade é que o menino continuará a crescer com a sua caneta, aconteça o que acontecer! As páginas continuarão a ser bem escritas! E a verdade surgirá com mais força, porque o menino sempre foi mais leitor de romances do que de contabilidade.
Um parágrafo em aberto!
Música: The Gift - Primavera