Era uma vez um insecto chamado Jici. E, como qualquer insecto, pousa onde gosta à distância de um voo. São asas, senhor, são asas. Mas um dia Jici é empurrado por uma rabanada de vento forte e cai na teia de uma aranha, a Mãozinhas. Bicho patudo, peludo e mudo. Com a Mãozinhas as palavras não existem, a democracia é uma miragem e a ditadura do parasitismo impera. Jici treme, barafusta, mas adapta-se ao seu novo casulo. Mãozinhas mantém-se impávida e serena, afinal de contas, o importante é o alimento.
O tempo consome Jici.
Mas certo dia, a teia negra e fria de Mãozinhas torna-se um pesadelo ainda maior. Polvinho, o primo mais afastado de Mãozinhas, surge como o novo parasita. Mas desta vez com mais pêlos, mais patas e sem qualquer tipo de expressão. Parece que veio para ficar e consumir o resto das asas.
No entanto, Jici não se conforma. Jici conhece o doce sabor da mudança. Mas não pode. Ou não sabe. Mas de uma coisa sabe. Por cada fio da teia de Mãozinhas e do Polvinho há diversas derivações. E ao longe o sol brilha e reflecte-se sobre a teia. O caminho faz-se caminhando...
(Capítulo em aberto!)
Imagem: http://www.universohq.com/quadrinhos/2010/n20052010_02.cfm
Música: The Gift - Meaning of Life
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