Após o debate parlamentar sobre o Orçamento de Estado para 2008, percebemos que a crise continua, uma crise nacional como reflexo da crise mundial.
Efectivamente, mais do que a crise política, económica ou de gestão, a maior crise que se intensifica no mundo é a crise social de valores e princípios, conduzindo a um caminho unidireccional da riqueza, aumento das assimetrias económicas e desrespeito pelas classes baixas representativas da maioria da produção mundial. Tal facto comprova-se pelos cortes orçamentais necessários e exigíveis naturalmente pela governação portuguesa, no entanto são cortes realizados de forma desigual e desproporcionada, diminuindo o poder de compra das classes menos favorecidas e protegendo as entidades mais avantajadas financeiramente, aumentando ainda mais as assimetrias que se vivem nacional e mundialmente. Sem dúvida que os cortes orçamentais são fundamentais para a necessária retoma económica e diminuição do défice, mas quando há cortes devem ser para todos, realizados proporcionalmente aos rendimentos ou complementadas com a criação de políticas para uma melhor distribuição da riqueza.
Com um maior sentido de solidariedade, justiça e igualdade de direitos, com uma maior consciência do caminho da espiritualidade que terá forçosamente de ser trilhado, e com um maior sentido de vida e da existência humana, muitos dos actuais problemas seriam resolvidos e, para tal, parte de cada um de nós procurar mudar o rumo dos acontecimentos. Se assim não for, mais ingénua do que esta análise, será a passividade de quem a classifica como ingénua e não concretiza na prática a necessária mudança, independentemente da posição socio-profissional.
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