domingo, 15 de outubro de 2006

O dia em que o meu pai é bebé...


Os dias com a família são sempre especiais, mas este dia em que o meu PAI completa mais uma primavera, ainda mais especial é para mim...
Sem entrar em grandes considerações sobre o meu, porque essas são realizadas na intimidade e em espaço e tempo próprio, gostava de falar da figura masculina da vida, o nosso PAI...

PAI é a pessoa que nos acolhe nos seus braços nos primeiros momentos de vida, que nos aquece o coração e sorri para nós como se um sonho se tratasse, revelando o orgulho em ter tão frágil ser nas suas mãos...Lembro-me de um estágio de observação realizado no Bloco de Partos de uma Maternidade e, mesmo na qualidade de estudante de enfermagem, senti o momento mágico do nascimento de um filho, um período de sentimentos contraditórios, em que a dor é substituída pelo alívio, a tensão pela tranquilidade, e o receio pelo orgulho...Orgulho de um PAI babado com o filho ao colo, um sorriso emocionado, o brilho no olhar que observava o filho agora em tranquilidade, fazendo caretas para o PAI...Às vezes procuro imaginar qual seria o sentimento do PAI naquele momento...Julgo que tudo passa pelo amor, amor que permitiu a partilha de uma vida com a mulher da sua vida e que teve os seus frutos no nascimento de um filho, deixando o PAI ainda mais apaixonado pela sua família que, nesse momento, cresceu em amor...

Os primeiros meses de vida são acompanhados pelos pais com grande proximidade e carinho, partilhando o momento do banho, o momento da mudança de fralda, as primeiras papas, as primeiras palavras, os primeiros passos...Constitui-se uma altura em que a prioridade e o amor passam a ser oferecidos à criança, aumentando os laços entre PAI e mãe, manifestados através de um olhar, de um sorriso, de um abraço, ao qual o pequeno anjo responde com um sorriso...

Após um cuidado meigo e atencioso do PAI nos primeiros anos de vida, os anos que se seguem exigem um cuidado mais relacional, em que o carinho e delicadeza devem ser mantidos, aliados agora a uma abertura de espírito e de amizade com o seu filho...Acredito até que o PAI deve ser o seu melhor amigo, de forma a acompanhar os problemas crescentes que vão surgindo durante a sua vida, apoiado na sua maior experiência de vida e confiança depositada pelo seu filho, numa relação pai-filho que se pretende saudável e construtiva.

Mais tarde, a adultez passa a velhice e a infância a adultez, altura em que os papéis se invertem e o filho terá de ser o cuidador do seu PAI, numa prova de orgulho e amor retribuída, dado o crescimento e desenvolvimento humano que ele lhe prestou durante uma vida de sacrifícios...

Efectivamente, esta é a minha perspectiva de desenvolvimento da relação pai-filho, contudo está recheada de falibilidade, uma vez que não sou nenhum Freud, nem me apresento na condição de pai...Desta forma, sejam pais, mães ou filhos, lanço o desafio aos queridos participantes deste blog para revelarem a sua visão acerca desta relação familiar...

Para finalizar, gostava de dedicar este texto a todos os pais que amam os seus filhos e aos futuros pais como eu que desejam um dia sentir a magia da família, crescendo e desenvolvendo-se no seio da mesma...Uma dedicatória especial ao meu pai que tanto me ajudou para que fosse o que sou hoje...Muito obrigado papá, estás para sempre no meu coração...

6 comentários:

Sofia Cunha disse...

Antes de mais e antes mesmo de apresentar a minha visão acerca da imagem do Pai e da relação deste para com a sua família, para com as pessoas que ama deixa-me dar-te os parabéns por mais um post muito, muito interessante e deveras sentido. No fundo, mais um texto como só tu sabes fazer…

O Pai é tudo aquilo que tu disseste. Ele é a imagem masculina que o filho tem mais próxima. É aquele que vibra, que se emociona e se orgulha pelos
feitos daqueles que tanto ama; aquele que muitas vezes passa noites mal dormidas, decifrando os
segredos da vida para transmitir ensinamentos; é aquele que ama incondicionalmente. O pai é uma lição de vida; o melhor amigo do filho; aquele que nunca nos deixa sozinhos; aquele com quem sabemos que podemos sempre contar; o pai é um herói, um Mestre, um lutador; aquele que os filhos também querem ser porque vêm o pai como um vencedor. O pai é aquele que mesmo estando sempre longe fisicamente nos traz sempre dentro do seu coração e constantemente no seu pensamento. Ele é aquele Ser que está sempre pronto para nos estender a mão. Ele não é apenas a pessoa que faz gerar vidas. Ele é muito mais do que isso: pai é estar ali, presente, marcando todos os momentos e contribuindo para a alegria da família; é participar, regando com carinho, amor e atenção, o fruto novo que necessita de cuidados para que possa se desenvolver e crescer saudável; é acompanhar todos os passos do filho, oferecendo, além de carinho e amor, segurança, bem-estar, educação e lazer. O pai é aquele que conduz o filho pelas veredas da vida, apontando o que é bom e o que é ruim e ensinando que a vida é tão boa de se viver, e que cabe a nós dar o rumo certo a ela. O pai é aquele que promove o ensinamento e a educação da fé, mostrando a bondade e o amor de Deus para com a humanidade e que podemos e devemos imita-lo, sendo seus seguidores e promotores da paz. O pai é o amigo, companheiro, compreensivo e confidente, é aquele que sabe escutar com o coração aberto. É o estendedor da mão, não só na alegria, mas, principalmente nas adversidades. O pai é também aquele que pega o filho no colo; aquele que brinca, corre e pula com ele. Aquele que ama de corpo e alma, assim como Deus ama a cada um de nós, seus filhos. Aquele que enxerga no sorriso do filho, uma bênção de Deus e a alegria da vida. O pai é aquele que, juntamente com o filho, pinta a vida com as cores da felicidade. O pai é muito, mas muito mais do que três letrinhas…

Obrigado Amigo por partilhares tanto de ti e do teu pensamento comigo...;)

Beijinho grande para ti...

Anónimo disse...

O surgimento da vida se concebe desde antes do ato de "dá a luz" pois ainda no útero, o feto ja é a própria vida; no aconchego deste ventre 9 meses experimentamos o abrigo quentinho e sossegado da acolhida da mamãe. Quantas vezes fomos acariciados ainda no ventre da mamãe! A gestação é uma dádiva de Deus para a mulher que em sinal do teu amor ao seu esposo concebe uma gravidez feliz. O papai, ainda sem nenhuma experiência já se mostra pronto para bem servir... acaricia a barriga, conversa com o bebê e logo quando nasce é o primeiro a escolher o time para o filhão e se for uma menina... pela sua própria fragilidade e meiguice será sempre protegida. Cada um guarda consigo a figura do pai e da mãe. Há aqueles que tem poucas lembranças felizes, devido os pais terem sido muito ausentes mas também, existem os filhos que guardam o sinal do amor dos seus pais em gestos sublimes de agradecimento por tudo o que hoje é e o quanto tudo isto se deve a presença do papai e da mamãe em sua vida. Sou feliz porque fui gerada por amor, porque encontrei em meus pais o carinho, a bondade, a união, a boa vivência, o aconchego, a palavra , o amigo e amiga de todas as horas. Meus primeiros passos foram neles que eu me firmei para ter equilíbrio.Hoje...já largos passos, ainda assim, é neles que encontro força, coragem e determinação para continuar caminhando pois aquele primeiro caminhar me encorajou a trilhar e avançar em tudo o que Deus a mim confia. Meu grande amigo Waldir, sou eternamente grata e sei que ele está a olhar por mim e, quando eu tiver a graça de conceber uma família ,quero como companheiro alguém com a sensibilidade e carinho que meu pai sempre teve com os filhos.A todos os pais desejo que a presença de Deus seja uma constante no ato de educar teus filhos e em especial ao Sr. Antônio PARABÉNS pela graça de mais ano de bênçãos de Deus a te guiar como homem e como o bom pai que és.
Parabéns a você Gonçalo por reconhecer o grande pai que tens e que te ama incondicionalmente.

Anónimo disse...

Olá Gon , mais uma vez me deliciei com este post que escreveste acerca do pai.
Pai esse Ser nos prepara e ajuda para a vida, tem hoje em dia um papel muito mais participativo na educação dos filhos, que o que tinha aqui há uns anos atrás.
Pai era quem trabalhava e ganhava para o sustento do lar, ficando assim na maioria dos lares a tarefa de educar os filhos para a mãe.
Pai era sinónimo de respeito, por vezes até medo, não que não gostassem dos filhos mas era esse o seu papel, e devido muitas vezes a essa forma de ser, os filhos de antigamente nunca conseguiram ter uma relação tão próxima com o pai, como têm os jovens de hoje em dia.
Seria casos muito raros em que um pai mudaria uma fralda a um filho, dar banho, outro dos momentos quase exclusivos das mães, e é um momento tão lindo onde um pai pode partilhar tanto com o seu filho.
Fica aqui uma experiência de alguém que já vive à mais uns aninhos que tu, portanto numa época em que ser pai era um pouco diferente de agora, o que não quer dizer que o amor fosse menos, eram outras mentalidades, até pq perdi o meu tinha apenas 15 anos e ainda hoje tenho saudades dele.
Fica aqui um pedido meu de desculpas sabes pq? Eu digo. Disse-te uma vez que falavas muito da tua mãe e pouco do teu pai, mas agora ficou aqui demonstrado o carinho que sentes pelo teu pai. Continua a ser esse filho carinhoso que és … és lindo.
beijinhos .
Margarida

Anónimo disse...

Olho para trás e penso quanto de mim veio do meu Pai, esse ser sim muito mais inteligente que eu...Sinto-me esmagado pela minha eternidade! Sinto-me como se estivesse Perdido na imensa distância. Pai, procurei-te mas não te encontro! não posso mais ouvir as tuas sábias palavras. Porque me deixas-te Pai? Para sempre guardarei a chama
vertente das palavras humildes mas sábias que me ensinas-te! para sempre as guardarei aqui bem dentro de mim. Neste espaço, de luz que fervilha na tua imagem. Todos os dias te observo na velocidade das águas turvas do rio para atenuar a tua ausência, mas tu meu querido pai não estás lá, e as aguas perseguem os seus caminhos em direcção ao mar. Sei que não estás, mas vejo-te
nessas águas que embalam a chama da minha monotonia. Já não sou eu. Vejo-me como um labirinto coberto de mistérios. Pai sei quanto te orgulhavas de ser teu filho. Hoje ao recordar-te neste comentário feito neste tão maravilhoso blog, vou-te confessar que Gritei sim,
gritei e chamei por ti, queria que me pudesses aconselhar como sempre o fizeste, queria que me abraçasses e limpasses as minhas
lágrimas porque hoje estou imensamente triste. Triste e desolado mas orgulhoso de ser teu filho. Um grande beijo pai, e para ti Gonçalo as maiores felicidades do mundo.
Luis Santa

Anónimo disse...

Peço desculpa se me emocionei no comentári anterior, faz parte desta minha imperfeição carrego o seu peso dentro e fora de mim. Nada posso fazer, esta é a minha natureza incorrigível. Quanto me orgulho de ser imperfeito. De assumir os erros que são apenas só meus.
Um abraço
Luis Santa

Anónimo disse...

Tive conhecimento deste espaço pela Rita Cunha Uma amiga tua... Bem foi um excelente convite o dele de visitar a tua página. Tu escreves mt bem, e és de uma sensibilidade e emoção que me espanta, mt obrigada pela partilha. Eu já perdi o meu pai, e entendo tudo o k escreveste e concordo tb... Um bem haja a todos os pais do mundo, mesmo com defeitos amam mt seus filhos. beijinhos ***