sábado, 8 de julho de 2006

Percepção da Individualidade Humana


Uma das premissas da minha existência é a caracterização da individualidade humana como um todo, enquadrando os aspectos físicos e mentais numa única abordagem, contrariando a visão física que se adopta preferencialmente...A falibilidade desta visão revela-se através da existência de pessoas fisicamente desprezáveis mas com qualidades humanas que nos deixam colados à sua presença, em oposição à existência de pessoas especialmente atraentes fisicamente mas vazias interiormente...A visão holística permite uma maior selectividade relacional, através de uma maior identificação e aproximação às designadas pessoas especiais, relegando para segundo plano as chamadas pessoas desprezíveis ou desinteressantes...
Um gesto...um sorriso...um olhar...uma palavra...factores que me despertaram a atenção precocemente e que têm sido progressivamente sujeitos a uma sensibilidade cada vez mais apurada...Sem constituir estereótipos, a energia transmitida pela imagem e pela palavra, mesmo à distância, poderá ser o argumento necessário para a caracterização humana dessa pessoa...Obviamente que há sentimentos que se estabelecem apenas pessoalmente, no entanto, tenho confirmado que uma percepção cuidada da expressão/imagem de uma pessoa poderá ser um factor primordial para a definição da sua personalidade...Prova disso, é o facto de conhecer bastante bem pessoas tão distantes e próximas ao mesmo tempo...Como se a energia que a sua imagem e palavras carregam me permitissem conhecer tanto e tão pouco, simultaneamente...Porém, o reconhecimento dos limites da nossa percepção à imagem e palavra, e/ou a abertura ao próximo sem preconceitos, contribuirão para uma visão mais realista e justa do ser humano...
Pensem nisto, sejam mais receptivos às energias transmitidas pelo próximo, mas acreditem que estas podem ser transmitidas de diferentes formas, e que a imagem é tão importante como falível...

3 comentários:

CéuGomes disse...

A complexidade humana é realmente apaixonante. Podemos viver com alguém vários anos, e continuarmos a surpreender-nos com o outro.
Por vezes, percepcionamos aquilo que nos é mais útil, que está de acordo com o nosso eu; isto porque todos temos as nossas grelhas de leitura da realidade, afectadas por aquilo que somos e contaminadas pelos nossos preconceitos.
No conhecimento do outro, todos estes factores interagem numa dança à qual procuramos dar sentido.
Penso que esta é a verdadeira aventura humana - o conhecimento de si e do outro.

Beijos Gonçalo
Adorooooooooooo os teus posts, levam-nos numa viagem ao interior do eu.

Anónimo disse...

Gon, li atentamente o texto k escreves-te tão bem como sempre o fazes, realmente tu tens o dom de nos fazer pensar com o k escreves.
Eu vou falar um pouco sobre a imagem .
Se por um lado sabemos k a imagem diz muito de uma pessoa, também o contrário acontece e nunca devemos julgar ninguém pela sua aparência, quantas vezes estamos sentados numa sala de espera, e alguém ao nosso lado e k nós até os olhamos de lado pq a sua aparência deixa muito a desejar, começa por conversar com nós e vamos descobrindo k essa pessoa é uma pessoa com uma experiência de vida muito rica, com a qual temos muito aprender, o contrário tb pode acontecer teres alguém a teu lado k tem uma aparência fantástica mas de interessante como ser humano tem pouco, sabes Gon será sempre um enigma cada um de nós é diferente, nunca se vai descobrir verdadeiramente o interior de cada um… mesmo conhecendo bem essa pessoa, sabes pq no fundo da nossa alma há sempre algo k não mostramos a ninguém, por mais transparentes k sejamos.
Continua, pq vir aki ao teu blog é sempre muito bom, para quem se sente só tem sempre aqui a tua companhia.
Beijos…da tua amiga
Margarida

Sofia Cunha disse...

Como te prometi... aqui estou eu para comentar este lindo texto com o qual bastante me identifico... e tal como eu, tu sabe-lo...
A visão que constantemente sobressai perante as diversas opiniões que são emitidas diariamente, no nosso meio, revelam a importância que para muitos tem uma simples imagem física. Claro que este não é o meu caso. Não valorizo o Ser por ser belo, bonito ou esteticamente apreciável... prefiro ressalvar aquilo que também poderá contribuir para a minha felicidade... refiro-me claro está, ao facto de a pessoa poder ser, para mim, sinónimo de beleza interior, ajuda, companheirismo, respeito, partilha... e muito mais. O Ser belo sim, mas por dentro, na sua imagem interior e que a olho nu não de vislumbra...
Quanto a este tema, ou esta visão, Gonçalo, recordei o texto que escrevi em tempos, também no meu blog e que acabei por partilhar contigo.
Sabes que esta visão natural das pessoas de valorizar o que lhes é dado directamente pelos olhos não me fascina e nunca terá da minha parte uma aprovação.... e sei que da tua também não...valorizemos o belo sim, mas o que não se vê e se vai descobrindo aos poucos... e com o tempo...
Obrigado Gonçalo por partilhares também esta visão com os teus amigos...beijinhos..