terça-feira, 15 de março de 2011

Acrescenta-me um Ponto: resultado final!

"Ao fundo ouvia-se o barulho dos pescadores na lota de Aveiro. Mais perto a maresia de Agosto percorria o nosso rosto e o teu sorriso revelava o reflexo da luz solar sobre o mar. A areia fina e molhada envolvia os nossos pés e, de frente um para o outro, estendias-me a mão salgada e preparavas-te para a mais doce revelação..."

"Pensava, enquanto o Sol se punha diante dos nossos olhos... Quão bela é a profundidade de um sonho?! Tiveste medo. Não te revelaste. Mais uma vez, o tempo esvaía-se nas pegadas que se apagam. Tal sangue, tal sofrimento. Larguei-te a mão e prometi a mim mesma que nunca mais ficaria à espera. Chamaste por mim...."

"É sempre complicado quando a vida já é muita e as histórias pesam em vez de preencher... Mas o teu olhar preenchia-me como os fados cantados em noites sobrenaturais e eternas, e a tua boca queria falar, queria dizer, queria murmurar... Diz, pedi eu, diz... "

"Olhas-me nos olhos e acaricias-me as covinhas. Invade-me uma sensação de calor. Pousas os teus lábios nos meus sem dizer nada. A doçura faz-me esquecer, por um instante, as resoluções. O meu coração dispara, desata aos pulos em silêncio. Levas a mão ao bolso e retiras uma pequena caixa.

- Não posso aceitar um presente teu - digo-te baixinho. - Lamento muito. Não tornes as coisas ainda mais complicadas. "

"Ele segura-lhe na mão e eleva-a para junto da sua de modo a tocar na caixinha que ele trouxe para lhe oferecer. Nisto ela fica apreensiva, olhando para a sua mão e retomando o olhar para ele uma vez mais, mas desta com uma expressão de dúvida e angústia. Ele já conhecia bem esta expressão e retomava-lhe um olhar de confiança e de uma ternura irresistível, à qual ela não poderia recusar... "

"No entanto olhando bem fundo dos seus olhos ela recusou ao mesmo tempo que delicadamente pousava um beijo na sua face. Saiu dali a correr, as lágrimas correndo livremente pelo seu rosto. E ele ali ficou sentado, segurando a caixinha nas mãos. Olhou o mar mais apelativo do que nunca e pensou "E porque não?" ao mesmo tempo que se levantava em direcção às ondas que o convidavam a entrar."

"A fuga é sempre mais fácil. O sonho por realizar. O "se" que nos marca e tanto nos impede, como nos impele a agir. E se desta vez abrisse a caixa de Pandora? E se lá dentro estiver a felicidade? A luz momentânea do Sol ou o correr entre a areia e a vagas do mar?

Abdico das lágrimas. Respiro fundo... "
"Abraço o mar com a força de quem ama profundamente e finto-lhe as ondas na tentativa de encontrar uma resposta ao que me queima por dentro. A tal pergunta que dói e que sei ser mais dirigida a mim mesmo do que a ela. E Agora? pensei. Saí da água com o sal a queimar-me o corpo e abanei a cabeça como para afugentar pensamentos desagradáveis. Atrás escuto uma voz doce e rouca... "

"Ainda tentando recuperar das tormentas, que por longos minutos me povoaram a mente debaixo da água cristalina, viro-me lentamente para responder ao chamado da voz doce e rouca nas minhas costas. O sol ofusca-me, mas lá estavas tu de rosto iluminado. Afinal, as tuas lágrimas perderam-se no caminho das dúvidas e abriram um sorriso sem hesitação, na tentativa de resgate de uma última oportunidade:

- Diz!… - e mais uma vez proferiste a palavra num murmúrio, quase suplicante."
“Sorri! Aproximei-me junto do teu medo e poisei a caixa na palma da tua mão. O bater do teu peito, roubava-me o respirar que esperava por algo mais que o ar. Preso nas palavras e num tom trémulo de esperança, disse: - Ainda não vi! Queria ver contigo.

Indecisa entre a vontade de um sim, assombrado pela recente perda, e a vontade de um não, apavorado pela impotência de ser possível, revelaste um “abre” embebido em lágrimas.
O vento, que soprava entre as ondas dos teus cabelos, sussurrava-me os infindáveis cenários.
- Positivo! – Exclamei ao ver o resultado.”

"Senti o que deve sentir alguém quando vê uma coisa assim: o céu caiu-me em cima da cabeça e o coração palpitou junto à boca. Os meus olhos olharam para os teus, à procura de uma reacção - uma que fosse- que me desse uma pista sobre o que sentes também. Vi um mundo novo no teu olhar, uma esperança, um alento. E depois olhei em redor e a praia inteira devolveu a minha inquietação. Lá longe ouviam-se os barulhos na lota e os motores dos barcos a passar. O farol observava-nos, altivo e sobranceiro, como sempre..."

“Fechei os olhos. Senti de novo os medos a enrolarem-me a alma, a fragilidade de algo tão desejado colou-se na pele, as pernas fraquejaram.
E agora? Pensei. E agora? Sinto-me tão pequena e tão cheia deste receio, desta incerteza que me consome, deste medo de um futuro tão desejado quanto temido por tudo o que já havíamos passado.
Abri os olhos e fixei-te. O teu olhar abraçou-me e a tua mão procurou a minha suavemente.
Olha para o mar - diz-me em tom suave e rouco -, lembra-te que o barquinho da Esperança consegue navegar mesmo em águas tumultuosas… desta vez vamos conseguir.”

“Entre o aconchego do abraço e o conforto do corpo junto ao dela, lágrimas rolavam-lhe pela face. A revelação na caixa. A felicidade tantas vezes adiada, estava agora nas suas mãos. Sentiu um nó na garganta. “Não posso voltar atrás”, pensou, “lutei e sofri muito para o conseguir. Há muita gente envolvida. Muita confiança depositada em mim”. Sentiu-se sufocar pela angústia, o coração apertado. Sentiu náuseas. Olhou-o nos olhos e diz-lhe com a voz embargada “Aceitei o lugar na AMI, parto na próxima semana para o Sri Lanka…”

" Parto... e parto sozinha. Afinal a Tua companhia era imaginação minha. Nunca entendeste a verdadeira razão e muito menos a cor do mar onde mergulhavas confiante... o (a)mar não é teu. Nunca foi. Precisamente por isso, não soubeste que o (a)mar te retribuía a vida que querias ter. Tudo te pareceu sempre certo, afinal o mar só tem marés cheias e vazas, não te lembrou que entre umas marés e outras Ele sempre existiu... Lamento vou (a)mar quem precisa. Vou ser amada. Tenho o coração cheio de espuma... espuma essa que nunca viste... e era Tua..."

"Parto... mas nunca sozinha... Parto sempre com a imaginação daquele momento junto ao farol.... Parto sempre com a imaginação da tua recusa em quereres aceitar aquela verdade diferente daquilo que sempre imaginaste para ti... dizem que nunca se pode perder o que nunca foi nosso... sim... dizem mas... eu sei o que foi meu e sei... e sinto que foste meu sim.... os olhos nunca mentem mesmo quando os lábios falam algo oposto... Parto sozinha sim mas... acompanhada com a sensação de já foste meu uma vez... e quem o foi uma vez... poderá sempre ser mais vezes.... também dizem ... "

"Os dias sucedem-se, rápidos e terríveis, não a deixam pensar no que poderia ser e não é, no que poderia ter sido e não foi. Nos "Se"s da vida.
Prepara a mala, a viagem, as despedidas. Sempre na ausência dele.
Não interessa, pensa. O nosso caminho deixou de ser o mesmo e eu preciso de avançar.
Já no aeroporto, embrenha-se num livro para não pensar em mais nada a não ser na AMI, no desafio.
Uma voz grave, masculina, conhecida de um Passado longínquo, soa-lhe aos ouvidos:
- És tu!!! És mesmo tu!!!"
"Jorge, ressoa o teu nome dentro de mim. E as memórias em catadupa, lançando-se no coração como se o tempo não te tivesse alguma vez tocado. O teu sorriso franco e aberto, a alegria genuína de me ver que sempre foi porta aberta em ti. Os mesmos olhos verdes que me perturbavam os sonhos e me procuravam, ávidos, a boca que de forma vã te tentava esconder. Os braços abertos esperando o meu corpo, para o abraço redentor.
E, dentro de mim, uma súbita e inexplicável vontade de mergulhar neles."
"Conteve-se. Levantou-se devagar e olhou-o de frente, sem conseguir refrear um sorriso: "Há tanto tempo.... "Demasiado", respondeu ele. Timidamente, como se os pés a traíssem, deu dois passos e viu-se envolvida num abraço quente tão acolhedor como o seu velho cobertor de menina. Uma lágrima solitária brilhou sob as pálpebras, mas logo um manancial delas jorrou incontidamente quando a voz profunda se fez ouvir entre os seus cabelos: "Tive tantas saudades tuas!"

"Mas eram lágrimas de quê? Sim: de quê exactamente? De súbito, numa imensa e desconhecida tranquilidade, deu-se conta que chorara já demasiado, que não queria uma história tão salgada, mais salgada que o próprio mar. E o mar - o mar levava-a de volta àquele tempo de que queria fugir, para tão longe quanto o Sri Lanka, tão longe quanto pode ir um coração que quer parar de carpir. E assim, lentamente, soltou-se do abraço que a prendia a um chão onde não tinha pé. E disse-lhe:""

“Saudades?... Saíste de casa numa noite de Outono e nunca mais voltaste. Que saudades podes tu ter sentido? Cigarros…Saíste para comprar a merda de um maço de cigarros e nunca mais voltaste. Podias ter sido original, pelo menos nisso…”
Talvez tivesse sido daquela catadupa de frases disparadas de rajada, talvez tivesse sido da cara de pasmo dele, com um ar assustado perante aquela mulher forte e resolvida que se mostrava tão diferente do que a memória de ambos recordava, o facto é que, naquela clarividência súbita, percebeu que já não tinha porque fugir. A AMI podia esperar, mas ela não. Não ia fugir mais, nem adiar, nem esperar. Soube que estava livre. Livre e certa daquilo que devia fazer. Saiu do aeroporto sem sequer levar as malas. No táxi, pagou ao homem com uma nota de vinte e não esperou pelo troco. Saiu do carro a correr, atravessou a Avenida sem olhar para o sinal vermelho. Os carros pararam, gritos, palavrões… mas ela não quis saber. Abriu a porta com estardalhaço e gritou:
“Isto é um assalto. Venho roubar o teu coração…”




Lista de Participantes:
1 - Gonçalo Cardoso (O Sabor da Palavra)

2 - Eli (E o amor acontece?) Dantes "Isso Agora... :)" ou "Eu Sou Nómada"!...

3 - Ana (Construir... Sorrindo)

4 - Myosotis (Myosotis)

5 - Fatinha (Para lá das lentes)

6 - Poetic Girl (Just Me)

7 - izzie (Unleash your thoughts...) [Peço desculpa pela demora. Rosnem à chefe...]

8 - Susana (Ondas e Devaneios)

9 –Sus (Suspiros da Alma)

10 – Jorge (Santo&Pecador)

11 – Star (Pocket full of stars)

12 – Blueangel (Blueangel)

13 – chrysaliis (Chrysaliis)

14 – Apenas Eu (Algodão Doce)

15 – Pequenas Decisões (Eu Mesma)

16 – Fada (Uma Fada na Selva)

17 – Mag (Laranja no Preto)

18 – XR (Post-It's Soltos / Arco-Íris)

19 – Princesa (Des)encantada (Destilado)

20 – Apple (À Conversa)

Agradeço a todos os participantes pela disponibilidade para participarem neste desafio e retiro daqui algumas conclusões. A blogosfera pode ser mais unida com projectos destes. Posso dizer que fiquei a conhecer novos blogues que se tornaram referência para mim a partir desta rubrica. E sente-se uma vontade enorme de escrever quando o tema predispõe ao amor. Tão forte é esta vontade que a história continua em aberto até se fechar no imaginário de cada um. Última conclusão: a gente vai continuar e o projecto também! Até breve...

(Música: Linda Martini - Sempre que o amor me quiser)

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Verdadeiro Espelho!

O tempo é uma escola de vida!

Assumo a minha ingenuidade na adolescência, o meu carácter utópico em fases pós-adolescentes imediatas, mas os últimos anos provam que estou mais maduro e com uma atitude diferente para os que gostam de mim, e para os que não gostam ou ignoram, também. E assim vou continuar, mas com atitudes mais radicais…

Ser bom não significa ser submisso e a dureza faz parte da identidade dos melhores. Mais que não seja a dureza de opinião sobre aqueles que gozam a vida pela metade e vivem no mundo da amizade do nada!

Sou amigo. Só isto bastaria para provar a pessoa de bem que sou. Sou uma pessoa inexcedível para os meus amigos, mas os amigos do presente são menos do que os amigos do passado, sendo simpático chamar alguns de “amigos”. Ser amigo é fazer crescer o outro, é estar presente, é surpreender, é acima de tudo ser diferente e excepcional com orgulho!

Os últimos dias reforçaram outras coisas, para o bem e para o mal.
Para o mal, e para primeiro ponto, este mundo está cada vez mais carregado de individualismo, num atraso profundo de evolução gritante! Em segundo lugar, continuo a perder imenso tempo com pessoas que não merecem o que sou e declaro que imediato que existirá um radicalismo crescente de atitude.

Para o bem, tenho raríssimas mas boas pessoas como eu, pessoas que transmitem confiança e que estão comigo por vontade própria e não estão comigo por motivos excepcionais, escusando-se a escudar-se por trás de meias desculpas. Tenho os melhores amigos do mundo e a estes atribuirei a minha exclusividade!

Não fui totalmente claro, apesar de ter sido mais aberto do que desejava, mas para bom entendedor, meia palavra basta… Assumam-se!

(Música: 30 Seconds To Mars - This is War)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Rir é o melhor Remédio!

Uma cena que se passou hoje num consultório médico novo, para mim. A médica tinha um ar sisudo como se o mundo fosse o seu maior inimigo e atrás de si estava um daqueles quadros que reflectem que o sorriso contagia e que a falta de sorriso também.

O que é certo é que esta mistura me fez sorrir, sem qualquer tipo de contágio!

Por momentos pensei estar numa das cenas dos apanhados mas a médica não se descoseu até ao fim e nem um espasmo muscular permitiu visualizar a brancura do seu esmalte…

Há pessoas muito boas para jogar à estátua. Eu sou mais sorrisos!

:)
(Música: Mumford And Sons - The Cave)

sexta-feira, 4 de março de 2011

A Pedra na Engrenagem

A escolha dos amigos e amores depende exclusivamente de cada um. A família é um grupo imposto mas normalmente bem sucedido, possivelmente por uma questão de identidade, cultura e espírito de corpo. Amizade é diferente de irmandade, mas amigos podem tornar-se irmãos, mas irmãos podem nunca vir a ser amigos e muito menos irmãos.

Mais dependente do que a amizade e a família é a escolha do grupo profissional. Colegas de trabalho podem ser apenas colegas, vir a ser amigos, quiçá irmãos mas por vezes roçam o estatuto de inimigo. E, num grupo com o qual passamos mais tempo do que a família e amigos, apesar de todas as diferenças e imposições, deveríamos manter identidade em torno de objectivos comuns e agregadores. O trabalho cansa mas cada um pode ser a solução para a tranquilidade e predisposição positiva…

Eis o meu lema profissional:

“Solidariedade, Partilha e Reconhecimento”

Sejam felizes…também no trabalho!
(Música: Adele - Someone Like You)

quinta-feira, 3 de março de 2011

3 de Março!


Sol para o meu Sol!

Telemóvel imparável!

Arroz Doce para todos!

Encontros calorosos!

Surpresas inesgotáveis!

Dia de Aniversário!



Hoje é o Dia!



:)