segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Linhas de Passe

"Jornada de Risco Controlado"

Passou-se uma jornada em que o risco era enorme para os três grandes, Sporting com uma recepção difícil contra o Vitória de Guimarães que não perdia há nove meses, Benfica com a visita ao motivado U. Leiria depois da vitória na Uefa e F.C. Porto com uma saída a Coimbra batendo-se com a Académica de Domingos Paciência, um dos mais promissores treinadores portugueses e que ainda não tinha perdido.
Passados nove meses nasceu... a derrota. Pois é, terminou a campanha sem derrotas dos Vimaranenses num jogo em que o Sporting mereceu vencer apesar do exagero do resultado face ao decorrer do jogo e da resposta dada pelo Vitória. Um jogo marcado pelo péssimo relvado de Alvalade que felizmente estará a ser substituído, pela entrada vigorosa do russo Izmailov (Is My Love, foste mesmo o nosso amor) que mexeu com o jogo na segunda parte aliado a um sistema alternativo audaz colocado no momento exacto, pela ilegalidade do primeiro golo do Sporting precedido de uma falta a meio-campo e pelo fecho de um ciclo de jogos seguidos bem ultrapassado pelos Leões. Um ciclo que começou na Amadora e que terminou no Sábado, tendo como único resultado anormal o empate caseiro com o V. Setúbal, e destaque positivo pela vitória em Kiev e a maior capacidade demonstrada perante a bem organizada equipa vimaranense. Pelo meio, os empates na Luz e a derrota com o Manchester são resultados considerados normais.

O jogo do Benfica foi aquele que estive menos atento dado que estava a caminho do Estádio Cidade de Coimbra para acompanhar a Briosa com os Dragões, mas não é preciso estar muito atento para perceber que Camacho não é a solução do problema por si só, o problema desta época é a falta de organização e planeamento da época, sendo necessário existir tempo e estabilidade para que o trabalho dê frutos, algo pouco habitual nas hostes benfiquistas. Se não fosse uma noite inspirada de Nuno Gomes, que espero que tenha repercussões nos jogos da Selecção Nacional, se não fosse o golo da vitória arrancado a ferros nos minutos finais, poderia aumentar a contestação já existente a Camacho e o “D. Sebastião” ficar com menor espaço de manobra. Camacho é um treinador amado na massa adepta benfiquista, mas talvez estes estejam a perceber a real valia de Camacho, ou seja, na capacidade de motivação que emprega nas suas equipas, no entanto é um treinador que tem as suas falhas no capítulo da leitura de jogo e táctica.

O F. C. Porto venceu sem convencer, numa exibição descolorida em Coimbra perante um adversário que nunca conseguiu mostrar uma réplica forte, nomeadamente na dificuldade que a Académica denotou nas transições ofensivas. Depois de um golo surgido numa altura de equilíbrio do jogo, o F.C. Porto controlou as (poucas) investidas ofensivas da Briosa e nem foi preciso sofrer muito para sair de Coimbra com os três pontos, dada a fragilidade ofensiva dos conimbricenses, natural numa equipa que começa a ser construída de trás para a frente, e pela opção pouco natural de Domingos Paciência na falta de risco imposta na sua equipa durante as substituições. Foi enervante perceber a necessidade de dar maior cariz ofensivo às laterais da defesa, passando-se um jogo todo com um central deslocado para a direita que pouco ou nada atacava e um lateral-direito deslocado para a esquerda com dificuldades no apoio ao ataque, e de um Joeano perdido e com menor rendimento quando joga entre uma boa dupla de centrais quando poderia render mais com a companhia de um ponta de lança fixo mais cedo.
Em suma, um F.C.Porto invencível e com uma campanha impressionante apesar da falta de brilho exibicional, um Sporting em perseguição em que a audácia tem dado os seus resultados, e um Benfica esforçado à procura da sua estrutura de sucesso...

1 comentário:

Brinca na Areia disse...

com Vukcevic e Izmailov ganhamos poder de fogo na linha intermediária coisa que o ano passado não tinhamos. Com estes a jogar perto da baliza adversári a ordem é para rematar. É pena o Moutinho não rematar bem. Se fosse assim se calhar também já não estava cá