quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Praxe: até quando?

"CALOIRA NO HOSPITAL APÓS PRAXE COM ÁLCOOL NA PRAIA 

A praxe consistiu em enterrar os jovens na areia enquanto lhes eram administradas bebidas alcoólicas, escreve a edição impressa desta quinta-feira do Jornal de Notícias. Uma jovem sentiu-se mal e teve de ser transportada de ambulância para o Centro Hospitalar do Algarve. A rapariga, natural de Faro, é estudante do primeiro ano de Biologia na Universidade do Algarve. "A minha mãe viu cerca de 20 jovens enterrados na areia, imobilizados, sem conseguir mexer os braços. Pouco tempo depois, viu chegar uma ambulância e apercebeu-se de que era a minha sobrinha que estava a ser desenterrada e socorrida. Espumava pela boca e perdeu os sentidos", referiu o tio da vítima citado pelo referido jornal. O familiar ainda tentou tirar fotografias no local, mas foi ameaçado e dissuadido a fazê-lo pelos restantes estudantes, escreve o mesmo jornal. "A preocupação deles era tapar os buracos que fizeram na areia antes da chegada da GNR e da Polícia Marítima", garantiu."

Portal Sapo, 24/9/2015

Parece que a gente não tem emenda e continua a patrocinar estes autênticos atendados contra a integridade humana. Sim, eu, tu e toda a gente que ainda não conseguiu resolver a situação das praxes. Por experiência própria foi uma das maiores vergonhas que passei na minha vida. E não me falem em integração à vida académica porque qualquer integração deve ser facilitada e confortável, e cantar obscenidades, imitar um cão atrelado ou andar a correr à volta de um campo porque sorri é tudo menos integrador. É humilhante e não consigo perceber como pode ser um factor de adaptação a um novo meio. Depois temos ainda estes atentados à vida humana noticiados todos os anos e concluo que se não há regras possíveis para controlar as más práticas, controle-se as práticas pela raíz cortando-as de vez.

Praxe, até quando?

2 comentários:

Buxexinhas disse...

Ai as generalizações ;) Pois espero que nos moldes correctos... dure durante muito tempo. Eu adorei a praxe e sem ela a minha vida académica teria sido bem menos divertida e menos rica. A praxe, na sua essência, e convido-te a ler o código da praxe para perceberes bem... é tudo menos humilhante e de coação. Tudo depende de cada um e da sua personalidade. Tudo vai do modo como te impões e aceitas as brincadeiras, como brincadeiras e não humilhações. Se vai contra a tua maneira de Ser, há o "não". E não serás excluído de certeza. E também te digo, se o fores... é porque as pessoas não têm conteúdo suficiente e também não farão parte da tua vida. Esta notícia é mais uma de exacerbar o lado mau da praxe... Ninguém obriga ninguém. Eu disse não muitas vezes e estou aqui a defender o que considero ser das práticas mais bonitas e marcantes da Universidade. Defendo a praxe, a verdadeira praxe de integração. :) Beijinhos

Gonçalo disse...

Buxexinhas:

E quais são os moldes correctos? Que formas de praxe encontraste para achares que há moldes correctos? Não estou a pôr em causa que foste bem praxada e com prazer mas estou curioso em saber porque nunca vi uma praxe digna.

E se há o "não", não percebo como esta gente em Faro disse "sim" ao coma. E como há problemas a mais todos os anos com a praxe sem solução à vista, o melhor será mesmo a sua abolição. Há tantas maneiras de integração! Estas tenho bastantes dúvidas!

Beijinhos :)