Apareceste de mansinho. Tínhamos um amigo em comum, por sinal um senhor com muita classe, pai de uma amiga tua. O mundo de facto é uma rede de influências e pessoas. Fui bem influenciado e permiti-te em mim. A escrita uniu-nos pelo comum dos nossos corações e cedo admirei-te pela tua capacidade precoce de maturidade. Contam-se pelos dedos de uma mão o número de pessoas especiais que conheci com a tua idade. Só podias estar noutro patamar!
Passados meses de presenças e ausências, mais ausências do que presenças, eis que surge o encontro. Quilómetros percorridos com sentimento, a loucura de um dia de viagens pelos melhores proveitos e aquela companhia desejada e confirmada. O meu sexto sentido estava certo! Revelaste-te excelente comunicadora entre um molho de espinafres e uma garfada de camarões. Ao longe estava a muralha que descobrimos mais tarde. Passaste a minha fronteira e conquistaste-me com a tua simplicidade. Deixei-te com o pôr do sol, lembrando-te que o sol nasce todos os dias e que o último aceno seria apenas um "até já!".
Os meses passaram e continuei atento aos sinais de fumo do alto do teu castelo. Percebi que as muralhas também choram. "Um dia a casa vai abaixo", pensei eu. Enganei-me. As fundações são maiores do que os terramotos e ergues-te continuamente num acto de grande estoicismo. A vida está a tornar-te um monstro de glória!
Hoje completas 24 anos. Quem diria? Corpo de menina e moça, mas alma tão genial como calejada. Admiro-te muito, Raven...
"Quando o teu sonho arder no temporal, tenta-te descobrir, tenta-te perceber..."
Música: Tiago Bettencourt - Temporal