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De facto, recintos fechados proporcionam muitas vezes ambientes intensos, e o ambiente de ontem não foi excepção, revelando uma tenda gigante repleta de pessoas que acompanhavam com palmas, voz e até mesmo coreografias em grupo, numa sintonia perfeita entre o palco e o público.
Para tal, Ana Bacalhau, a vocalista dos Deolinda, revelou-se um poço de energia positiva num corpinho de menina, com uma voz enorme que até impressiona, uma expressividade como poucas em Portugal, e um grande dom para a interacção e comunicação com o público, representando as músicas numa mistura de voz e corpo. Confesso que cheguei a pensar que poderá estar a surgir mais do que uma cantora, mas também uma actriz moderna com capacidade para aliar a representação à voz, quiçá num dos próximos musicais de Filipe La Féria…
Não sei se o futuro confirmará a minha aposta, o que se confirma é que a música portuguesa está no bom caminho, Deolinda é talvez o mais recente exemplo disso, devido à sua musicalidade e temática actual, podendo provarem esta impressão já no próximo sábado na Queima das Fitas em Coimbra.
A distância é sempre curta para as grandes sensações!