"Anna não está doente mas bem poderia estar. Aos treze anos de idade já passou por várias operações, transfusões e injecções para ajudar a irmã, Kate, que sofre de leucemia. Anna nasceu com esta finalidade, disseram-lhe os pais, e é por isso que eles a amam ainda mais.
Mas agora ela não pode deixar de se questionar sobre como seria a vida dela se não estivesse presa à irmã… e toma uma decisão que, para a maioria das pessoas da sua idade, seria quase impensável.
Em Para a Minha Irmã, a autora evoca com vivacidade o desafio, físico e psicológico, que uma criança desesperadamente doente representa no seio de uma família:
“As batalhas políticas e científicas actuais sobre clonagem e DNA, e genes e terapia de substituição levaram-me a pensar acerca de coisas que o futuro pode reservar a nível pessoal – e daí nasceu a história de Anna e Kate. Se usasse um dos seus filhos para salvar o outro, estaria a ser uma boa mãe… ou uma péssima mãe?”"
Uma história emocionante já representada no mundo do cinema, com interpretação de Cameron Diaz, que versa sobre questões éticas da saúde e da dignidade humana.
A questão aqui é delicada:
Será admissível usar o sofrimento de um filho menor para salvar a vida de outro?
Os pais são os responsáveis legais da vida dos seus filhos e o princípio de autonomia e capacidade de decisão dos menores estão limitados à vontade humana dos seus pais. As escolhas para os menores deverão considerar o princípio da benefeciência, o que realmente sucede quando um irmão ajuda o outro. Mas esta boa vontade usa e abusa do sofrimento de uma das crianças independentemente do seu consentimento, descurando a relação entre o risco e benefício, e colocando em causa a competência legal decisora dos tutores. Aplaudo a decisão final que reservo para os leitores.
Vale a pena a envolvência e a reflexão sobre as diversas questões desta obra e deixar-se surpreender do princípio ao fim, especialmente no seu desfecho. Há situações que apenas servem como lição!
Mas agora ela não pode deixar de se questionar sobre como seria a vida dela se não estivesse presa à irmã… e toma uma decisão que, para a maioria das pessoas da sua idade, seria quase impensável.
Em Para a Minha Irmã, a autora evoca com vivacidade o desafio, físico e psicológico, que uma criança desesperadamente doente representa no seio de uma família:
“As batalhas políticas e científicas actuais sobre clonagem e DNA, e genes e terapia de substituição levaram-me a pensar acerca de coisas que o futuro pode reservar a nível pessoal – e daí nasceu a história de Anna e Kate. Se usasse um dos seus filhos para salvar o outro, estaria a ser uma boa mãe… ou uma péssima mãe?”"
Uma história emocionante já representada no mundo do cinema, com interpretação de Cameron Diaz, que versa sobre questões éticas da saúde e da dignidade humana.
A questão aqui é delicada:
Será admissível usar o sofrimento de um filho menor para salvar a vida de outro?
Os pais são os responsáveis legais da vida dos seus filhos e o princípio de autonomia e capacidade de decisão dos menores estão limitados à vontade humana dos seus pais. As escolhas para os menores deverão considerar o princípio da benefeciência, o que realmente sucede quando um irmão ajuda o outro. Mas esta boa vontade usa e abusa do sofrimento de uma das crianças independentemente do seu consentimento, descurando a relação entre o risco e benefício, e colocando em causa a competência legal decisora dos tutores. Aplaudo a decisão final que reservo para os leitores.
Vale a pena a envolvência e a reflexão sobre as diversas questões desta obra e deixar-se surpreender do princípio ao fim, especialmente no seu desfecho. Há situações que apenas servem como lição!
(Música: David Fonseca - It's Just a Dream)
26 comentários:
Há poucos dias li a seguinte notícia: nasceu o primeiro bebé-medicamento.
Uma criança que nasceu após uma fecundação in vitro e a garantia através do seu estudo de que viria para ser compatível com os irmãos e imune à doença genética do sangue que estes têm.
Penso que a questão será a mesma e visto pelo lado da pessoa que nasce, por muito que se diga que foi desejada, há sempre aquela particularidade, que é um pequeno grande pormenor. A nível psicológico não será fácil para uma pessoa aceitar isso a sua vida toda.
E depois a parte física da coisa, mas isso ocorre sempre na minha opinião. Nós não pedimos para nascer, ninguém nos perguntou se queríamos vir a qualquer preço.
Só que não consigo condenar uns pais por fazerem isso. Porque não imagino o desespero de ver um filho nos braços a morrer.
Mas em última instância, caso seja possível, acho, claro, que cada pessoa deve ter a sua palavra a dizer, seja adulto ou criança.
Não vi o filme porque é daqueles que me inibe logo pela forte probabilidade de mexer muito comigo. Depois fico com medo de ver, já vou retraída hehe Mas depois contas-me o final ;) só a miiiimmmm lol
Não conheço a história, mas como mãe posso aqui dizer que tomar esta decisão nunca é fácil, nunca se quer perder um deles, se com o outro podemos ter os dois... mas isso é muito relativo a cada caso (às circunstâncias envolventes, à gravidade ou não da situação...).
Beijocas
Gonçalo,
Assisti ao filme faz um tempinho, mas lembro-me bem. No momento sou mestranda em Psicologia Clínica e a minha dissertação versaria sobre Reprodução Assistida, porém acabo de mudar... mais isto é outra história.
Essas questões de clonagem, reprodução assistida, células tronco entre outras vão esbarrar em questões ética importantes. Por um lado os profissionais de saúde, por outro os envolvidos diretamente, além dos Operadores do Direito que regula muita dessas questões. Não vejo como resolvê-las sem a lei.
Este filme fala de uma família voltada para o cuidado de um dos membros doentes e que negligencia todos os outros membros em sua carência. Muito comum... o sistema se organiza para dar conta. Essas e muitas outras questões... Assunto instigante.
Beijinhos
Ana:
Qualquer que seja o desfecho de uma situação destas, é sempre polémico e sem vitória completa e clara, porque haverá sempre resultados negativos para o irmão que não ajuda irmão ou para o irmão que sofre por se sentir usado.
Sou um acérrimo defensor da liberdade de escolha, percebendo a excepção dos menores, mas neste caso em que se coloca um ser ao mundo para ajudar outro sem qualquer permissão, em que se envolve vários riscos físicos e psicológicos, incluindo a própria vida de quem ajuda, terá na minha opinião que existir a liberdade de escolha informada. Se há uma criança para sentir a dor, também haverá uma criança para expressar essa dor e mostrar o que significa no meio deste processo.
Ainda bem que há livros como estes que denunciam estes casos verídicos para que a bioética possa crescer e dignificar a vida humana.
O fim da história conto-te na intimidade :P
Beijinhos ***
Sus:
Aproveito o facto de seres mãe para convidar mais pais a debaterem este assunto porque é uma visão que não posso ter de momento.
Dentro do meu contexto, julgo que poderias ficar com ambos, mas de que vale ficares com ambos os filhos, estando um deles com graves problemas de saúde e outro a sofrer e com traumas para sempre de uso, abuso e dor?
A questão é difícil, mas vale a pena ser discutida, porque também não tenho uma resposta óbvia.
Beijinhos*** :)
Carolina:
Como psicóloga clínica, o meu repto passa por incluires os teus conhecimentos para fazer o que talvez seja a única coisa a fazer nestes assuntos. Juntares-te à mesa com uma equipa de direito, saúde e psicologia e procurarem debater estes assuntos de forma mais profissional possível, para que a lei organizada seja o maior decisor.
Beijinhos ***:)
Como disse atrás nunca é fácil a decisão... muito menos falar sobre algo que não estamos a viver, porque podemos tecer n de ideias e desejos, mas quando se vive a situação, aí sim, consegue-se ver, ou sentir o melhor caminho a tomar, mesmo que aos olhos dos outros não seja o melhor ou não pareça o mais acertado.
claro, que acima de tudo se tenta sempre minorar a dor ou os traumas que uma situação destas pode causar, mas muitas vezes a vida conduz-nos por caminhos que não pretendiamos, e que mesmo tentando ser o menos penoso possivel, acabam sempre por haver danos colaterais.
Beijos de boa noite
Sus:
Eu acrescentaria que muitas vezes fazemos coisas inimagináveis num passado recente apenas porque consideramos que é um mal menor.
Beijinhos de boa noite *** :)
eu comprei na Springfield tem em vermelho verde e azul
Vi este filme ha quase dois anos....e nunca o esqueci.
é um assunto delicado,subjectivo que levanta tantas questões... enfim..são coisas da vida que nunca pensamos passar!que leva como dizes, a fazer coisas inimagináveis.
boa noite
Ora aí está uma situação pela qual fico contente em não passar, pois sinceramente não sei o que faria. Se bem que, friamente, usar um irmão saudável como apoio de um doente contraria o sentido normal da vida.
Abraço!
Cláudio:
Obrigado pela dica, espero encontrá-los ainda :)
Um abraço!
Cat!a:
Ainda não vi o filme porque esperei terminar o livro e só depois passar aquilo a que normalmente tem menor qualidade.
Beijinhos e bom Domingo :)
Rafeiro Perfumado:
Também gosto do teu lado introspectivo. A juntar ao teu humor, o que te falta?
:P
Um abraço e bom Domingo!
Não vi o filme, mas li o livro e no mesmo refere-se, penso que com conhecimento de causa, que o salvar um irmão também ajuda a criança doadora. No livro, isso também sucede e as duas irmãs têm uma relação especial e próxima. Penso que para salvar um filho é admissível recorrer a outro filho, porque também se está a salvar o irmão desse segundo filho e a relação que os dois poderão vir a ter, excepto se o doador se manifestar contra, porque aí, dever-se-á respeitar a sua vontade.
Faz-nos questionar o quanto um amor de pai/mãe está disposto a fazer tudo por um filho, inclusivé causar sofrimento a um em detrimento do outro. Porque a verdade é que para salvar a irmã, aquela menina sofria muito. É um peso muito grande a carregar digo eu, mas estas coisas são complicadas e nunca saberemos ao certo se a decisão que tomamos é a acertada e tu melhor que ninguém assistes a coisas dessas diariamente, não é? bjs
É muitol fácil julgar, porque estou de fora. No entanto, analisando friamente, é preciso saber quando parar, se é que é possível.
Bem, agora sobre ti, aliás, sobre os espaço, eu digo sim, mas parece-me ainda uma fase de transição. Ainda não está bem bem a tua cara, ou coração, sim, porque este é bem maior que os teus metro e noventa (a passar, eu sei).
Quem é que se vai medir depois de passar os metro e noventa?! Só se for para se armar com os dois metros.
Sorriso enorme, porque o David está ali a cantar e inspira-me. Tu sabes.
Que o calor (o teu) te traga sempre um discernimento emocional e moral para tomar as melhores decisões possíveis.
Pronto, chega de alugar aqui a tua caixinha para escrever hoje.
Sabes, estou bem, mas não é por nenhuma razão em especial. Acreditas?! Sim, acreditas, porque sabesm quem sou eu e que ser eu é assi mesmo.
Sorrisão e abraço rande!
:)
Redonda:
A minha tendência passa pelo final do teu comentário. A vontade do segundo filho deverá prevalecer para bem da dignidade humana.
Beijinhos e volta mais vezes :)
Poetic Girl:
A bioética faz parte do meu trabalho e sou aquilo a que se chama advogado do utente! Nesta posição também não assumo vontade, permito antes disso que seja escolhida a vontade do utente ou do seu responsável legal, mas normalmente tenho a minha opinião formada.
Nesta caso é difícil ter opinião, apesar de existir um princípio de posição. Custa-me ver um ser vindo ao mundo sem possibilidade de escolha para sofrer...
Beijinhos grandes ***
Eli:
Quem entrar aqui agora sem te conhecer poderá dizer que andas a fumar umas coisas que fazem rir, mas não! Tu és assim e delicias-me com a tua energia contagiante :)
Este espaço está mesmo em fase de transição, decidi dedicar-me a mudar a roupagem deste espaço com o tempo. Não se muda nada de um dia para o outro, certo?
:)
Beijinho com abracinho :)
Olha, Gonçalo, se estamos contentes, dão-nos para baixo, se estamos tristes dizem-nos que não.
Afinal como devemos estar?!
Tenho dúvidas de procedimento.
:S
Eli:
Não sei como devemos estar, mas sei como deves estar. Sê tu própria porque eu gosto!
:)
Um beijinho super-hiper-mega fofo *;)
... vi o filme! Impressionou-me imensamente! Até porque é um caso que se vem repetindo...
Não se pode ajuizar perante tanta dor... mas ponho-me também no lugar dos irmãos doadores. Tanta(s) angústia(s)!
Este tema foi tratado com muita sensibilidade e realismo por Alan J. Pakula no filme 'Sophie's Choice' (1982), baseado no livro com o mesmo nome de William Styron.
Uma interpretação arrepiante de Meryl Streep.
Beijinhos**
(deixa o tempo melhorar :)
Fragmentos Culturais:
Este tema já se tratava em 1982 e hoje ainda se escreve sobre isto neste livro e na mais recente notícia do bebé medicamento. Uma história actual e pertinente que obriga a uma reflexão cuidada.
O tempo melhorará :)
Beijinhos***
ola.
Já vi o filme.é excelente tal como todos os livros da Jodi P.
Parabens pelo blogue.
miguel
silenciosquefalam.blospot.com
Miguel:
Foi o meu primeiro livro da Jodi Picoult e o filme também estava bem realizado.
Volta mais vezes :)
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